A Polícia de Goiás apreendeu, nesta segunda-feira, 3, quatro adolescentes que torturaram com pauladas, socos e facadas uma menor, que ainda foi obrigada a abrir a própria cova no quintal da casa onde foi mantida refém. Um vídeo mostra em detalhes a vítima, supostamente interessada no namorado de uma das agressoras, amarrada, com as mãos para atrás, e jogada numa cova rasa. A tortura durou cerca de quatro horas.
O ato de extrema barbárie ocorreu em Trindade, município da Região Metropolitana de Goiânia, no final da semana. “Nunca vi nada igual”, disse a delegada Renata Vieira, titular da Delegacia da Mulher (DEAM), em Trindade.
De acordo com a policial as menores A, de 13 anos; N, de 16; E, de 14; e K, de 16 anos, são vizinhas, estudam na mesma escola e são amigas. Juntas, formaram o bando. Queria se vingar da vítima alegando que a menor, chamada de “loira”, teria dado em cima do namorado de uma delas. Para isso, arquitetaram plano para atrair, manter cativa e matar a garota.
Atacada por pedaços de pau e faca, a menor agredida tem marcas por todo o corpo. Foi atraída ao cativeiro por uma suposta amiga para uma festinha. A partir daí, além de ser mantida cativa, foi esfaqueada no braço e sofreu diversas agressões – como pauladas e socos. A menor ainda teve o aparelho ortodôntico arrancado da boca com uma faca.
“A menor teria sido atacada por ciúmes e tem marcas por todo o corpo”, revelou a delegada, policial há oito anos. “Impressiona a frieza dos relatos”, disse.
A delegada de voz de prisão a todas as menores agressoras. O processo foi aceito pela Justiça. “A gente observa a frieza das confissões e a crueldade dos atos praticados”, disse a juíza Karine Unes Spinelli Bastos, da 1ª Vara Cível, da Infância e da Juventude, em Trindade. A juíza também ficou chocada com o caso.
Agora, as menores agressoras aguardam vaga em Centro de Internação, na capital, Goiânia, ou em Formosa, região do Entorno de Goiás com o DF. A transferência deve ocorrer ainda nesta terça-feira, 4.
