Rio de Janeiro – Os servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em greve há  mais de um mês, deverão ter uma nova rodada de negociações no âmbito do órgão, vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, na terça-feira (3).

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A informação é de Maria Jurgleide de Castro, diretora do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Estado do Rio de Janeiro. Ela disse esperar que agora as reivindicações sejam negociadas. "Nós não queríamos ficar tanto tempo parados, é muito ruim, sabemos que as pessoas que necessitam do nosso trabalho são pessoas excluídas da sociedade, que precisam de toda a estrutura do Incra em funcionamento. Mas essa estrutura não existe, na realidade. Existe um órgão sucateado".

Secretária de Articulação da Confederação Nacional dos Servidores do Incra, Maria Jurgleide de Castro explicou que a reestruturação do órgão é a principal reivindicação dos servidores, além da  recomposição da força de trabalho e de uma tabela para o plano de carreira. Os servidores não têm as gratificações incorporadas aos salários e precisam de complementação para atendimento do salário mínimo, ganhando um salário mensal equivalente ou mesmo inferior ao mínimo vigente no país.

Órgãos similares, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), têm um plano de carreira com tabela estruturada,  à base de R$ 3 mil a R$ 5 mil, segundo relataram funcionários do Incra-RJ.

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A dirigente sindical lembrou que o plano de cargos e salários do Incra foi acordado por um grupo de trabalho governamental em meados do ano passado, mas não foi implementado. ?Não há mais o que fazer, é uma questão política", disse, após destacar que a manifestação em Brasília na quarta-feira (27), na tentativa de apresentar ao presidente da República as reivindicações da categoria, foi pacífica e não constituiu um ataque à democracia.

O presidente do Incra, Rolf Hackbart, defendeu o retorno imediato dos funcionários ao trabalho, ?porque negociamos com todos os movimentos sociais, os recursos estão no Incra e precisam ser aplicados?. Ele concordou que a reivindicação dos servidores é legítima em relação à implementação do plano de cargos e salários já acordado em 2006: ?A pauta dos servidores é justa. A forma como estão atuando, que é através da greve, eu acho que não é justa?.

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Segundo Hackbart, ?existem mil maneiras para negociar, o governo está disposto a negociar para resolver o problema dos servidores no médio e longo prazos, e não só a pauta deste ano, mas até 2010, para fazer a reforma agrária?.