Os servidores administrativos da Polícia Federal, em greve há quatro dias, resolveram inovar nos métodos de mobilização. Eles armaram um parque de diversões com pula-pula e campeonato de futebol de sabão bem em frente ao prédio sede da PF, em Brasília para forçar o governo a negociar sua pauta de reivindicações. Tudo isso com forró e música baiana a mais de 150 decibéis de volume, quase o dobro do permitido pela lei.
Além de atrapalhar a rotina da PF, a criatividade dos servidores irritou delegados e policiais, que não estão em greve e tinham de atravessar os cordões de piqueteiros enfurecidos. Alguns recebiam respingos de sabão ao chegarem para trabalhar. Advogados que acompanham clientes em inquéritos e pessoas que têm demandas na instituição também se sentiram incomodados.
Apesar dos exageros, a direção da PF informou, por meio da assessoria, que não houve ilegalidade ou abusos que justifiquem algum tipo de reação. Mas as áreas de segurança e defesa institucional foram acionadas para avaliar o clima e os riscos de perda de controle por parte da liderança da categoria. Os servidores lutam pela reestruturação da carreira, o aumento do piso e um reajuste de 40% escalonado até 2010, além do cumprimento do Termo de Compromisso firmado pelo Executivo com todas as categorias que integram a PF.