Brasília – Depois de 37 dias em greve, parte dos funcionários públicos federais que estão com as atividades paralisadas pode retornar ao trabalho na próxima quinta-feira. Em assembléia geral da Confederação Nacional dos Servidores Públicos Federais (Condsef), realizada ontem, os grevistas decidiram pelo indicativo para retorno ao trabalho, mas a proposta ainda vai ser discutida em assembléias estaduais. A Condsef representa servidores do chamado Plano de Classificação de Cargos, o que não inclui os funcionários dos ministérios da Previdência Social, Saúde e Trabalho.
Os grevistas discutiram o fim da paralisação ao longo do dia, depois que o governo apresentou proposta, na noite de quinta-feira, prevendo revisão da remuneração a partir de 2006. Os servidores reivindicam reajuste salarial de 18%, além da extensão para toda a categoria do reajuste de 47,11% concedido pelo governo aos funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os valores do reajuste, no entanto, estão sendo negociados pelo governo, separadamente, com cada categoria.
Segundo o chefe do Departamento de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Vladimir Nepomuceno, o reajuste salarial não pode ser concedido neste ano devido às restrições orçamentárias. ?Eles entenderam que a restrição imposta pela conjuntura não nos permitiu nenhum acréscimo de despesas para 2005. A partir de 2006 a gente inicia processo de recomposição salarial. Eles cederam, entendendo a nossa dificuldade?, ressaltou.
Segundo Nepomuceno, caso os servidores decidam acatar a proposta, não serão descontados nos dias paralisados. ?O Ministério do Planejamento se compromete a não efetuar o desconto dos dias parados, desde que até quarta-feira os servidores retornem ao trabalho e a gente organize junto com os dirigentes sindicais um cronograma de reposição?, disse.