As universidades federais devem decidir em assembleias ainda esta semana se irão continuar com a greve. A paralisação completa hoje dois meses e afeta 57 das 59 universidades federais que aderiram a greve, além de 34 dos 38 institutos, de acordo com a categoria.
A Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) divulgou ontem um comunicado em que reprova a proposta do governo federal de reajuste para os professores de universidades e institutos federais.
A UFPI (Universidade Federal do Piauí) e a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) já fizeram assembleia e decidiram não aceitar a proposta do governo e manter a greve. Os docentes da UFF (Universidade Federal Fluminense) devem votar hoje à tarde. Grande parte das assembleias estão marcadas para quarta e quinta-feira desta semana.
Os resultados das assembleias deverão ser repassados para a Andes, que voltará a se reunir com representantes do governo federal na semana que vem.
A proposta do governo prevê reajuste salarial entre 12% e 40% aos docentes em três anos. Somado a aumento já concedido em março, o reajuste máximo chega a 45%. O sindicato, porém, afirma que os cálculos do governo foram feitos sobre um valor já defasado e que desconsidera a inflação do período.
A Andes afirma ainda que o maior percentual proposto atingiria uma porção muito pequena de professores. Os maiores reajustes serão concedidos a docentes com maior titulação. Doutores, por exemplo, terão de 30% a 40%. Já os professores com título de mestre, de 25% a 27%.