Nenhum ônibus de linha municipal está circulando pelo bairro de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio, desde o início da madrugada, quando teve início mais uma paralisação de motoristas e cobradores. Nem mesmo os ônibus do tipo frescão estão nas ruas, ao contrário da greve na semana passada, quando os coletivos circulavam com passageiros em pé.

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Apenas coletivos de linhas intermunicipais estão nas ruas. A pista sentido Centro da Linha Amarela, no trecho que passa pelo bairro, está completamente congestionada. Há ônibus com destino a cidades da Baixada Fluminense parados no engarrafamento. As vans legalizadas, que circulam dentro do bairro, estão cobrando R$ 10. A tarifa normal é a mesma dos ônibus, isto é, R$ 3.

Na comunidade da Gardênia Azul, onde há pontos finais de ônibus para o Centro e a Tijuca, passageiros fazem filas enormes à espera de transporte. Policiais militares do Batalhão de Choque fazem a segurança do local, mas mesmo assim nenhum ônibus apareceu.

O carpinteiro João de Deus, de 34 anos, está desde as 4h40 esperando um ônibus para ir ao trabalho, no Centro. “Na semana passada não consegui ir trabalhar no dia da greve. E hoje a empresa já avisou que vai descontar o dia de quem não for. Entendo que a empresa não tem culpa. Mas o trabalhador também não tem”.

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Já o pedreiro Danilo da Costa Silva, de 28 anos, ficou uma hora esperando num ponto na Avenida Ayrton Senna, mas nenhum ônibus passou. Foi caminhando até a praça da Gardênia Azul pensando que fosse encontrar ônibus no ponto final. Em vão.”Trabalho no Recreio (dos Bandeirantes), mas vou desistir. Não adianta ficar aqui o dia inteiro”.