Greve de auditores começa a afetar portos e rodovias

Após 12 dias do início da greve dos auditores fiscais, os portos e rodovias brasileiros já apresentam sinais de saturação. No porto de Santos, cerca de 30 mil contêineres aguardam liberação, segundo o sindicato dos despachantes aduaneiros de São Paulo, fora pacotes parados nos aeroportos, que causam um prejuízo de quase US$ 3 milhões ao dia.

A greve também provoca uma fila de cerca de 7.500 caminhões parados nos 14 pontos de fronteira do Brasil com países da América do Sul. Isso representa um custo de cerca de US$ 2,5 milhões por dia de prejuízo para o setor, segundo cálculos da Associação Nacional dos Transportadores de Carga e Logística (NTC&Logística).

Só na Região de Foz do Iguaçu (PR) – tríplice fronteira -, há em torno de 3.000 caminhões carregados que não podem entrar ou sair do País. Outro ponto sensível é a região Uruguaiana/RS, que tem cerca de 3.500 caminhões nas mesmas condições. No Centro-oeste, na região de Corumbá/MS, há cerca de 400 caminhões. Nos pontos de fronteira com o Uruguai, há cerca de 500 caminhões em igual situação.

Um dos principais problemas é que a maioria desses caminhões não tem seguro da carga e podem ser saqueados, elevando ainda mais os prejuízos.

"Quando o secretário da receita federal, Jorge Rachid, afirma que a greve não está tendo efeitos sérios sobre a economia, ele não está fazendo uma análise correta", diz o diretor da federação nacional dos despachantes aduaneiros, Valdir Santos. "Ele está vendo os 80% dos produtos liberados sem passar por alfândegas, mas os 20% retidos estão causando prejuízos para vários setores da economia."

No Estado, são 10 mil processos parados – que representam centenas de milhares de contêineres nos portos e pacotes que chegam por via aérea. "Os prejuízos da greve já ultrapassaram R$ 20 milhões para os exportadores", diz Santos.

Mandado de Segurança

O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), com o apoio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), ingressou com Mandado de Segurança na Justiça Federal pedindo a imediata liberação dos produtos de importações e exportações retidos nos recintos nas aduanas paulistas. A medida liminar foi deferida nesta sexta-feira (28) pelo Juiz Federal Marco Aurélio de Mello Castrianni, atendendo integralmente o pedido das entidades. Segundo as entidades, o superintendente da Receita em São Paulo já foi notificado da necessidade de cumpri-la.

"Essa situação absurda agride os direitos de todos nós quanto à eficiência e continuidade dos serviços públicos pelos quais pagamos uma das maiores cargas tributárias do mundo", afirma Paulo Skaf, presidente do Ciesp e da Fiesp.

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