Greve começa a afetar rotina das penitenciárias

Sorocaba (AE) – A greve dos agentes de segurança penitenciária do Estado de São Paulo, que atinge 49 presídios, segundo o sindicato da categoria, afeta principalmente a remoção e transferência de presos. Um comboio que chegou com 20 detentos, por volta do meio-dia de ontem, na Penitenciária 1, de Presidente Venceslau, no oeste paulista, não pôde desembarcar. Os agentes negaram-se a fazer o recebimento e o transporte para o setor de inclusão.

Eles forneceram refeição aos presos, que tinham saído de madrugada de uma unidade de Osasco, e obrigaram o comboio a retornar. ?Avisamos que não haveria nem a entrada, nem a saída de bondes?, disse o diretor do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado (Sifuspesp), Luis Antônio Ribeiro dos Santos, o ?Marmita?. Em razão da distância, os presos passaram praticamente o dia todo na estrada, sob escolta da Polícia Militar.

Transferências previstas nos presídios de Junqueirópolis e Dracena também foram suspensas. A greve parou o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) na P2 de Presidente Venceslau, onde está recolhido o principal líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos William Herbas Camacho, o ?Marcola?.

Segundo o sindicato, outros quatro mil agentes penitenciários aderiram à greve da categoria ontem. Eles engrossam a lista dos filiados que aderiram ao movimento já deflagrado pelo Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp) na terça-feira.

Segundo a entidade, os funcionários dos presídios e centros de detenção provisória que participam do movimento são os de Guarulhos, Santo André, Hortolândia, Campinas, Itirapina, Suzano, Martinópolis, no interior do estado, e os de Belém, Pinheiros e Independência, na capital. Os serviços de segurança, alimentação e atendimento médico estão sendo mantidos, segundo o sindicato.

Os agentes reivindicam o Adicional Operacional Penitenciário (AOP), que equivale a uma gratificação permanente de R$ 400,00 mensais, e melhores condições de trabalho, além de aumento no pessoal. Segundo o sindicato, o sistema possui cerca de 30 mil funcionários e precisaria de mais 31 mil para funcionar em condições adequadas. 

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