Brasília – A falta de investimentos em áreas de saneamento, construção civil, transportes de massa e segurança foram os principais motivos do esvaziamento da oferta de emprego formal nas grandes cidades. Isto fez com que o Rio de Janeiro, por exemplo, gerasse de 1993 a 2003 apenas mil postos de trabalho e São Paulo perdesse 400 mil vagas no mesmo período.
A desativação do emprego nos últimos 10 anos ocorreu, segundo um estudo do Partido Socialista Brasileiro (PSB), porque ficou muito caro para as empresas o pagamento de aluguéis e os gastos com segurança e transporte. Como reação em cadeia, muitas empresas de transporte quebraram, os serviços em geral deterioraram, os aluguéis dispararam e o emprego informal praticamente dobrou nas cidades com população acima de 300 mil habitantes.
“As grandes cidades passaram a não produzir emprego. É claro que isso representa uma década de produção de violência. É preciso então um programa que recupere a infra-estrutura das grandes cidades”, diz o deputado Alexandre Cardoso (PSB-RJ).
Os números do documento indicam que o setor público ainda é um grande empregador. Entre as cidades com mais de 300 mil habitantes, o Distrito Federal foi o único que teve um número expressivo de aumento do emprego formal no últimos dez anos. O estudo do PSB vai embasar um pedido do partido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que seja feita uma agressiva política de investimentos em saneamento básico de construção civil nos grandes centros urbanos. Os números mostram que no interior dos 27 estados brasileiros encontram-se 62,6% dos empregos formais.
Além de São Paulo, que perdeu 460.432 empregos formais, em outras grandes cidades o problema foi igualmente grave. Nova Iguaçu (RJ) perdeu 12.584 empregos, Santos (SP), quase seis mil, e Pelotas (RS), mais de 7 mil.