Munição apreendida ontem seria usada hoje.

Rio – A onda de violência no Rio imposta pelo crime organizado parece não ter fim. Ontem de madrugada, duas granadas de fabricação caseira foram jogadas em ruas do Leblon, bairro mais caro da zona sul. Em São Gonçalo, no Grande Rio, um ônibus foi incendiado. Na Linha Amarela, um policial foi ferido por homens que passaram atirando.

De manhã, foi a vez do tráfico sofrer um golpe: numa operação no complexo de favelas Pavão-Pavãozinho-Cantagalo, em Copacabana, a Polícia Civil matou Jurandir Dias do Nascimento, o Caju, de 23 anos, apontado com o autor de diversas ações criminosas ocorridas na zona sul, entre elas dois ataques com bombas jogadas contra o shopping Rio Sul, o mais tradicional da região, anteontem e em outubro de 2002.

A investida dos criminosos no Leblon foi às 4h30. As bombas atingiram a fachada de um laboratório de análises clínicas, na Rua João Lira e um restaurante na Rua General Artigas, pouco adiante. Os vidros foram estilhaçados. Ninguém ficou ferido. Em São Gonçalo, o ataque ocorreu meia hora antes. Criminosos atearam fogo num ônibus da Viação Coesa, no bairro Salgueiro. Não houve feridos. Na Linha Amarela, o PM Rogério Eduardo Silva foi alvejado na mão por bandidos que passaram atirando, no início da madrugada. Silva patrulhava a via de carro.

Ainda na madrugada de ontem, um polígono de segurança da PM também havia sido alvo de traficantes. O ataque foi perto do túnel Rebouças, no Cosme Velho, zona sul. Os dois policiais que estavam de plantão não se feriram.

Apontado como principal traficante da zona sul, Caju foi baleado numa uma troca de tiros com policiais da Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (DRAE). Gildo Cesar Cerqueira de Freitas, o Docinho, de 25 anos, também foi morto. A polícia informou que ele era o “segundo” na hierarquia do tráfico na região. Os traficantes estavam numa casa da favela e reagiram à prisão, segundo informaram os policiais. Foram apreendidos uma submetralhadora de fabricação israelense e um fuzil, roubado da Marinha.

Segundo Marina Maggessi, chefe da Coordenadoria de Inteligência da Polícia Civil, Caju foi responsável pelos dois ataques ao shopping Rio Sul, em outubro do ano passado e na madrugada de quarta-feira. Ele também teria lançado bombas no Hotel Meridien, no Leme, em 31 de março, e metralhado um quiosque em Ipanema em fevereiro.

Também em fevereiro, outra ação ousada de Caju, mais uma vez no Rio Sul: a cabeça de um homem foi encontrada dentro de um banheiro do shopping, num saco de lixo.

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