Brasília – O deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ), relator da comissão mista que avalia medida provisória do salário mínimo, aponta como fontes alternativas para arcar com o aumento do mínimo para R$ 275 recursos destinados à compra do avião presidencial (R$ 143,8 milhões), as verbas para a criação de 2.797 cargos em comissão para o Executivo (R$ 93,5 milhões), R$ 1,7 bilhão extra anunciados pelo presidente para a reforma agrária e os R$ 312,4 milhões para o aumento da estrutura ministerial. “Quando o governo quer, ele encontra as fontes de recursos. Foi o caso dos recursos extras para a reforma agrária que não serão todos gastos este ano e, por isso, podem ir para um aumento melhor do mínimo”, argumentou Maia.
Ontem, por falta de quórum, a comissão não votou o relatório por causa de uma montada pelo Palácio do Planalto para evitar o desgaste de deputados e senadores da base governista. A idéia é derrubar os R$ 275 no plenário da Câmara e aprovar a medida provisória original assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que fixou o mínimo em R$ 260.
A votação do mínimo de R$ 275 no plenário da Câmara faz parte de acordo fechado na semana passada entre o PSDB e o PFL com o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP). A oposição só concordou em sair da obstrução – ou seja, parar de impedir a votação de projetos e medida provisórias -depois que ficou acertado que a MP do mínimo teria duas votações nominais no plenário da Câmara. Com essa estratégia, os oposicionistas querem expor os deputados aliados que votarem contra um mínimo maior do que o proposto pelo Palácio do Planalto.