Grampo não evitou ataques do PCC a policiais em São Paulo

Um grampo telefônico realizado pela polícia em abril revelou um plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para assassinar policiais militares. Motivo: vingança pela morte do traficante Charles Henrique de Almeida, de 23 anos, o Vamp, em abril. Apesar de a informação do conteúdo da escuta ter chegado à Corregedoria da PM, que investigou o caso, três policias foram alvos de emboscadas, em maio e julho, na zona norte. Um deles, o soldado Alexandre Roberto Ferraz, de 33 anos, foi executado com seis tiros.

O objetivo da polícia ao grampear os bandidos era outro, mas foi registrada a conversa entre integrantes da facção e um proprietário de máquinas caça-níqueis da zona norte. A PM suspeita de que um grupo de integrantes da corporação fazia bico de segurança para donos de caça-níqueis na zona norte. A região onde aconteceram os ataques aos PMs, próxima do local onde Vamp foi morto, é de responsabilidade do 43º Batalhão da Polícia Militar, um dos que ficavam sob responsabilidade do coronel José Hermínio Rodrigues, morto em janeiro no Mandaqui, zona norte.

A primeira escuta telefônica que registra o plano de vingança aconteceu um dia depois do assassinato de Vamp. O outro foi no dia 8. A conversa se dá entre quatro supostos criminosos (Zé Carlos, Juninho, Favela e uma pessoa não-identificada) e um homem identificado como Alemão, apontado como dono de caça-níqueis.

Nos grampos, eles falam sobre um policial rodoviário. De fato, o soldado Odair Boffo, de 41 anos, que trabalha no policiamento rodoviário, escapou de um dos atentados. No dia 14 de maio, quando conduzia um Peugeot 206, em companhia do soldado Rogério Simões, de 43 anos, que atua na Força Tática do 15º Batalhão, foi alvo de um atentado, mas os dois reagiram e conseguiram escapar.

Segundo as conversas captadas pelo grampo, um policial conhecido como PM Ferraz e que tinha um Uno Branco também estava marcado para morrer. A Corregedoria localizou o cabo Epitácio Ferraz de Freitas, do 43º Batalhão, mas ele não era o único de sobrenome Ferraz na corporação. O PM foi ouvido e disse não estar sendo ameaçado. O soldado Alexandre Roberto Ferraz não foi procurado. Três meses depois do grampo, Alexandre foi atacado por uma quadrilha armada e morreu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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