Com o governador e o prefeito em Paris para tratar da candidatura de São Paulo à Expo 2020, seus substitutos evitaram comentar os protestos na principal cidade do País. O Movimento Passe Livre protocolou um pedido de reunião com a prefeita em exercício, Nádia Campeão (PCdoB), que ainda não foi atendido. Já a assessoria do Palácio dos Bandeirantes disse que apenas a Polícia Militar falaria sobre os conflitos.

continua após a publicidade

Antes de o confronto ficar mais intenso na Paulista, por volta das 21h30 (2h30 em Paris), o prefeito Fernando Haddad (PT) se irritou com a informação de que o movimento, que luta pela tarifa zero, havia depredado ônibus.

Mais cedo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) havia destacado a necessidade de ação das polícias para desbloquear vias. “Uma coisa é movimento, que tem de ser respeitado, ouvido, dialogado. Isso é normal e é o nosso dever fazê-lo”, disse o governador, na saída de uma reunião com empresários. “Outra coisa é vandalismo: você interromper artérias importantes da cidade, tirar o direito de ir e vir das pessoas, depredar o patrimônio público, que é de todos. Isso não é possível. Aí é caso de polícia e a polícia tem o dever de garantir a segurança das pessoas.”

Alckmin e Haddad ficam na França até amanhã, quando participam da apresentação final da candidatura de São Paulo para sede da Expo 2020. Durante a tarde de ontem, o governador e o prefeito participaram de reunião para acertar os últimos detalhes, mas permaneceram de olho nas notícias de São Paulo. Eles também jantaram juntos na embaixada.

continua após a publicidade

Ninguém para comentar

Apesar do fuso horário de cinco horas em relação à França, as assessorias garantiram que os dois permaneceriam monitorando os acontecimentos na cidade – o Estado buscou contato com ambos, porém, sem sucesso. Já no Brasil, tanto a vice-prefeita Nádia Campeão quanto o vice-governador Guilherme Afif (PSD) não comentaram o protesto. Mesmo após a situação piorar na Paulista, nem Estado nem Prefeitura se pronunciaram – Haddad informou, por sua assessoria, que só voltaria a falar do assunto hoje.

continua após a publicidade

Reunião

Apesar da reunião de conciliação marcada para hoje, o protesto violento de ontem deve dificultar o diálogo com a Prefeitura – justamente após o Movimento Passe Livre (MPL) ter acenado, pela primeira vez, com a possibilidade de negociar propostas. O Ministério Público vai promover um encontro às 14 horas entre os representantes do movimento e das Secretarias Estadual e Municipal de Transportes. O secretário municipal Jilmar Tatto deverá participar.

O MPL reivindica que as passagens de ônibus, trem e metrô, que aumentaram para R$ 3,20 no dia 2, volte para R$ 3. “Não aceitamos nada menos”, diz Marcelo Hotimsky, de 19 anos, estudante de Filosofia da USP e porta-voz do MPL. Haddad já se manifestou sobre a redução da tarifa, mas disse que precisa de ajuda federal para alcançar o objetivo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.