O acidente no Trecho Sul do Rodoanel, na sexta-feira à noite, quando três vigas de um viaduto em construção caíram sobre o km 279 da Rodovia Régis Bittencourt (BR-116) destruindo três veículos e ferindo 3 pessoas, foi causado por uma falha na execução e não na elaboração do projeto da obra, segundo o governo do Estado. Isso significa que as hipóteses a serem analisadas pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e pelo Instituto do Criminalística devem estar centradas nos trabalhos do consórcio Rodoanel Sul-5 Engenharia Ltda., formado pelas empreiteiras OAS, Mendes Júnior e Carioca.
Coube à empresa estatal Desenvolvimento Rodoviário SA (Dersa) a realização do projeto para o Rodoanel, que vem sendo feito em cinco lotes, por diferente consórcios. No caso do lote 5, houve mudanças na execução das obras em relação ao que estava previsto no projeto básico. O governo, no entanto, não aponta culpados. “O erro foi na execução do projeto. Mas ainda é prematuro apontar causas”, afirmou o engenheiro Paulo Vieira de Souza, diretor de Engenharia da Dersa.
Entre as hipóteses para as falhas na execução das obras, o governo apontou ontem suspeitas em erro na fixação, no transporte e na própria estrutura das vigas – o que inclui a qualidade do material usado para fazê-las. “Ainda não sabemos se as vigas caíram porque ruíram ou se ruíram depois que caíram”, disse o secretário de Estado de Transportes, Mauro Arce. Ele afastou a hipótese de que ventos fortes ou deslocamento de ar possam ter derrubado as estruturas.
O secretário explicou que pode ter havido um encurvamento na viga. Esse encurvamento seria uma decorrência da má qualidade do material ou de rachaduras imperceptíveis ocorridas durante o transporte. As vigas podem ainda ter caído por erros de fixação dessas estruturas no viaduto. “As vigas são presas por um produto de neoprene e a forma como as vigas foram fixadas será analisada, assim como as demais hipóteses”, afirmou Souza.
Cada uma das vigas que caiu na sexta-feira tem 85 toneladas e 40 metros de cumprimento. Souza explicou que é provável que o problema tenha se concentrado em apenas uma das vigas, que acabou derrubando as outras duas por um “efeito dominó”. Como duas das quatro vigas ficaram intactas (até mesmo uma das que caíram), a hipótese de erro na fixação se fortalece. Os motivos do acidente devem ser apontados em relatório do Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT) e do Instituto de Engenharia em até 15 dias.