Brasília – O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou ontem que não está em questão a retirada do Congresso da Medida Provisória 232, como alguns governistas têm admitido no caso de haver dificuldades para a sua aprovação. ?Não há por parte do governo a hipótese de retirada?, afirmou Chinaglia. O líder está articulando uma reunião do secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, com os líderes da base, com os deputados que são ligados ao tema e com os deputados ligados a setores produtivos para um debate técnico. Chinaglia pretende fazer a reunião na próxima segunda-feira.
A MP 232 está na pauta de votação da Câmara de terça-feira, mas há outras duas medidas provisórias com prioridade de votação. O líder afirmou que foi alertado por líderes da base da dificuldade política de aprovação da MP mas que estará trabalhando neste feriado da Semana Santa com o governo e com o relator deputado Carlito Merss (PT-SC), para que haja mudanças na MP que aliviem seus efeitos. O líder argumentou que a MP beneficia 7 milhões de assalariados com a correção da tabela do IRPF e, para isso, está se buscando forma de financiar esse benefício com quem tenta sonegar. ?Se injustiça houver, será corrigida. O que não vai mudar é naquilo que diz respeito a quem sonega?, afirmou Chinaglia.
A retirada da MP 232 do Congresso foi sugerida, entre outros, pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB). O presidente do Senado está pessimista com o andamento da MP. ?Acho que (a MP) nem chega aqui. É melhor retirar a MP 232 para dar mais tempo de negociar e ver se há alternativa?, disse. Vice-líder do governo, o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) também defendeu a retirada da medida provisória. Segundo ele, independentemente das mudanças negociadas no texto, o risco de derrota é elevadíssimo.