O governo e a cadeia produtiva da pecuária de corte são unânimes em dizer que as denúncias de grupos de lobistas da Irlanda e Reino Unido à União Européia (UE) contra a carne brasileira são "inconsistentes e sem fundamentos". "O Brasil tem o maior e melhor parque industrial do mundo e não aceitará acusações sem fundamento", afirma o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Inácio Afonso Kroetz.
A maior reclamação tanto do governo como do setor privado é que o relatório apresentado à Comissão Européia é fruto de uma visita clandestina ao País. "Não houve comunicado oficial e nem sabemos quais as propriedades que o grupo afirma ter visitado", diz Kroetz. "O Parlamento Europeu é uma entidade séria, que leva em consideração o que tem fundamento. Eles (europeus) sabem que a conduta para investigar um país tem que ser oficial", afirma.
Para o secretário, as auditorias oficiais são positivas porque ao final o País recebe novo certificado de boas práticas de produção. "Nós não estamos afirmando que não temos nenhum problema, mas sim que queremos sanar as deficiências. Por isso, aceitamos e somos investigados oficialmente, porque somos parceiros, por um tratado bilateral com a União Européia, para mostrar que nosso produto é seguro", afirma Kroetz.
Diante deste cenário, o governo brasileiro, em iniciativa inédita, irá realizar seminário com técnicos europeus para avaliar, do ponto de vista científico, formas de harmonizar procedimentos que assegurem o baixo risco sanitário da carne produzida no País.