Acesso fácil e barato aos portos de exportação para o Atlântico norte, para o Atlântico sul e até para o Pacífico, via Peru. Essa rede de transporte pode ficar pronta dentro de uma década, quando terminarem as obras de um sistema de transporte de cargas por ferrovias que cortará o País. Os trilhos passarão pelas grandes áreas produtoras de minérios e de grãos do Sul, Sudeste, Centro-Oeste.
Ao todo, as novas ferrovias deverão ter cerca de 12 mil quilômetros de trilhos, sempre com a bitola larga de 1,6 metro. Os primeiros 585 quilômetros já estão prontos e pertencem à Ferrovia Norte-Sul, cuja construção teve início no governo de José Sarney (1985-1990) e foi incrementada no atual, que já construiu 370 quilômetros. A primeira parte, de 215 quilômetros entre Açailândia e Porto Franco, começou a operar em 1996, no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Desde o início da operação, foram transportadas 5 milhões de toneladas de grãos, com economia calculada em 30% em relação ao preço do frete rodoviário. Até o fim do ano, a Norte-Sul deverá chegar a Palmas, capital do Tocantins. O trecho foi concedido à Vale, que ofereceu R$ 1,47 bilhão e venceu a licitação para explorá-lo por 30 anos. A empresa já está instalando os escritórios nas cidades cortadas pela ferrovia, como Araguaina, Colinas, Guaraí, Paraíso e Palmas. Será inaugurado até dezembro.
Os cerca de 800 quilômetros da capital do Tocantins a Anápolis (50 quilômetros a nordeste de Goiânia) estão todos em obra. O plano é inaugurar a outra parte até julho do ano que vem, informou o presidente da Valec-Engenharia, Construções e Ferrovias S.A, José Francisco das Neves, conhecido pelo apelido de Juquinha. “Pode haver um pequeno atraso. Aí, inauguraríamos o restante até o fim de 2010”, disse Juquinha. Em Anápolis já foram terminados dois túneis, um de 460 metros e outro de 360 metros, que passam sob as principais avenidas da cidade.