Governo quer concluir mudança na operação de térmicas

O governo espera concluir "nos próximos dias" a mudança na sistemática de operação das usinas térmicas movidas a gás natural integrantes do sistema interligado nacional. Atualmente essas usinas são "despachadas" (autorizadas a operar) com poucos dias de antecedência e a intenção do governo é permitir um período prévio de até 60 dias. Com isso, o governo espera viabilizar o uso efetivo do Gás Natural Liquefeito (GNL) na matriz energética brasileira, já que permitirá a contratação de navios gaseiros no exterior e a injeção do combustível nos gasodutos da Petrobras.

Pela sistemática atual, as térmicas só são despachadas quando não há água nos reservatórios das hidrelétricas. "A compra de GNL e o transporte para o Brasil demanda uns dois meses", disse o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, justificando a nova sistemática.

Com a mudança, o diretor do ONS acredita que haverá maior oferta de energia das térmicas movidas a gás natural. Essas usinas não participaram do último leilão realizado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) no mês passado devido às dificuldades em ter acesso ao combustível.

Leilões

Segundo Chipp, o governo "está trabalhando" na questão, mas ele não tem segurança se as novas regras estarão em vigor antes do novo leilão da EPE, na modalidade A-5 (cinco anos para a construção da usina), que deverá ocorrer no mês que vem. "Se não valer para esse leilão, certamente estará em vigor para o leilão de A-3 (três anos para a construção da usina) do ano que vem", comentou.

O diretor do ONS considera que o governo tem de ponderar entre o risco de vertimento de água e o risco de racionamento de energia elétrica. "É preciso um equilíbrio entre as duas opções. O custo do racionamento é maior do que o do vertimento", defende Chipp, que considera que o aumento de geração de energia a partir de usinas térmicas dará mais segurança ao sistema nacional como um todo. "O sistema ficará mais robusto", acentuou.

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