O texto do Plano Decenal de Energia 2007-2016, divulgado nesta sexta-feira (29) na página do Ministério de Minas e Energia na internet – para consulta pública -, prevê que a usina nuclear Angra 3 entrará em operação somente em janeiro de 2014. Na última segunda-feira, quando anunciou a aprovação da construção da usina nuclear pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), o ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, havia dito que a expectativa era de que Angra 3 entrasse em operação em 2013. Na versão 2006-2015 do Plano Decenal, apresentada no ano passado, a estimativa era que a usina começasse a operar em dezembro de 2012.
O Ministério de Minas e Energia esclareceu, entretanto, que o texto do Plano Decenal 2007-2016 é preliminar e foi elaborado antes da aprovação da retomada de Angra 3 pelo CNPE. Segundo o ministério, da versão definitiva do Plano, a ser divulgada em agosto, constará a previsão de que Angra 3 entrará começará a funcionar no segundo semestre de 2013.
A nova versão do Plano Decenal traz previsões também para o início das operações das duas usinas do Rio Madeira – a de Santo Antonio e a de Jirau. Listados no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), os dois projetos estão com dificuldades para conseguir a licença ambiental prévia do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), sem a qual não poderão ser oferecidos em leilão. No plano decenal atualizado, a expectativa de início de operação de Jirau foi alterada de 2011 (segundo consta no Plano do ano passado) para março de 2013. Já a previsão para Santo Antonio foi mantida em 2012.
O Plano Decenal 2007-2016 atualiza as previsões de consumo e oferta do plano apresentado em 2006. No documento atualizado, o ministério trabalha com dois tipos de cenários para a demanda – um "inferior", que prevê uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,2% ao ano até 2016, e um "superior", no qual a economia teria um crescimento médio anual, nesse período, de 4 9%.
No caso do cenário "inferior", a expectativa é de que o consumo de energia elétrica tenha um crescimento anual de 4,9% ao ano até 2016. No cenário "superior", o consumo aumentaria a um ritmo de 5,4% ao ano.