São Paulo – Em meio a uma grave crise institucional, que desencadeou, inclusive, um pedido de fechamento, feito pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), a Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem) de São Paulo vai passar por uma ampla reestruturação. A principal mudança é a gradual desativação do complexo do Tatuapé. Com cerca de l.400 internos, o Tatuapé é o maior dos 77 núcleos da Febem existentes no Estado, onde estão abrigados cerca de 6 mil adolescentes. O anúncio foi feito ontem pelo governador Geraldo Alckmin, ao lado do secretário da Justiça e presidente da Febem, Alexandre de Moraes, justamente no momento em que eclodiu mais uma rebelião, a 18.ª do ano, na unidade Raposo Tavares. Com o objetivo de frear os constantes motins e resolver o problema, o atendimento aos internos será regionalizado. É a mesma estratégia adotada com os presos na Casa de Detenção, no complexo do Carandiru, na zona norte da cidade, que foi desativada em 2001. O governador informou que serão construídos mais 41 novos, com capacidade para 1.640 internos, num prazo de seis meses, em dez cidades localizadas na região metropolitana de São Paulo, no litoral e no interior. Estão incluídas os municípios de São Bernardo do Campo, Diadema, Franco da Rocha, Ortolândia, Sorocaba, Getulina, Neves Paulista, São José do Rio Preto e Guarujá. Como as obras levarão ainda algum tempo, foram tomadas medidas emergenciais. O gradual desmonte do complexo do Tatuapé começou ontem, com a transferência de internos com mais de 18 anos para a recém-erguida unidade de Tupi Paulista, no interior do estado.

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