brasil

Governo orienta embaixadas a defender políticas de Bolsonaro para Amazônia

O governo brasileiro enviou a postos diplomáticos no exterior uma circular com orientações para temas sensíveis ao governo como desmatamento, Amazônia, agricultura e meio ambiente. O documento foi enviado em meio a críticas no Brasil e no exterior sobre a política ambiental do presidente Jair Bolsonaro, que podem colocar em risco o acordo entre Mercosul e União Europeia.

No documento, o governo destaca o Fundo Amazônia, financiado majoritariamente por Noruega e Alemanha, como um “mecanismo que se mostrou ineficaz para controlar o desmatamento”. “As mudanças propostas pelo governo brasileiro não têm por objetivo acabar com o Fundo, e sim torná-lo mais eficaz”, diz trecho do documento.

Assim como foi feito pelo presidente Bolsonaro, o texto critica o fato de que 40% dos recursos ao fundo tenham sido destinados para Organizações Não Governamentais (ONGs), alegando que as entidades não empregaram o dinheiro “de forma adequada ou suficientemente transparente”. “Prova disso é o aumento da taxa de desmatamento entre 2012 e 2018, período anterior ao início do atual governo”, afirma o documento.

Sobre um dos pontos-chave para a ratificação do acordo entre Mercosul e União Europeia, o Acordo de Paris, o texto afirma que “o Brasil ambiciona concluir as negociações sobre mercado de carbono, instrumento-chave para a redução de emissões de gases de efeito estufa”.

“O Brasil se mantém como participante bastante ativo no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), do Protocolo de Quioto e do Acordo de Paris, bem como em negociações e debates sobre o tema”, diz outro trecho.

O governo também alega que “a área com cobertura vegetal nativa no Brasil corresponde a 66,3% do território: 25,6% como vegetação nativa em propriedades rurais; 13,8% como terras indígenas; 10,4% como unidades de conservação; e 16,5% em terras devolutas e não cadastradas. “Se somente as terras indígenas e as unidades de conservação fossem superpostas à Europa, cobririam plenamente os territórios de Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Itália, Países Baixos, Portugal e Reino Unido”, afirma o governo nas orientações.

Também destaca que há atualmente 600 terras indígenas no Brasil e que “essas reservas constituem as maiores áreas de preservação de vegetação nativa no Brasil”.

“O país tem atuado intensamente no controle e na restrição a atividades irregulares com envolvimento de madeireiros, grileiros e garimpeiros, de modo a reduzir índices de desmatamento e invasão de terras indígenas. Desde janeiro de 2019, implementou 80 ações de proteção territorial, que abrangem um conjunto de 64 reservas indígenas.”

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo