O governo começou a negociar nesta quarta-feira, 27, a compra de repelentes para fornecer a cerca de 400 mil grávidas que estão inscritas no programa Bolsa Família para que elas possam se proteger do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão do zika vírus.

continua após a publicidade

Em uma reunião no Palácio do Planalto com cerca de 30 empresas que fabricam o produto, os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Marcelo Castro (Saúde) afirmaram que o governo já tem os recursos necessários para adquirir os repelentes e reforçaram o caráter de urgência da medida.

As empresas, por sua vez, ficaram de dar uma resposta até sexta-feira sobre a quantidade que cada uma pode fornecer imediatamente. Os ministros afirmaram durante a reunião que o governo está disposto a comprar produtos de diferentes marcas, desde que eles cumpram determinados requisitos. O Ministério da Saúde vai enviar um questionário técnico para cada empresa para avaliar as especificidades dos repelentes, com perguntas como de quanto em quanto tempo é necessário reaplicar o produto.

Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), João Carlos Basilio, as fabricantes estão dispostos a atender o apelo do governo e agilizar a entrega dos produtos. Segundo ele, não se falou em preços durante a reunião, mas é natural que haja uma negociação para que o governo consiga comprar os repelentes com um valor diferenciado.

continua após a publicidade

O zika vírus é apontado como responsável pelo aumento do número de bebês com microcefalia que têm sido registrados no país desde o fim do ano passado. Segundo o boletim divulgado nesta quarta pelo Ministério da Saúde, 4.180 casos suspeitos de microcefalia foram registrados em todo o País até 23 de janeiro.

Nesta segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff cobrou do ministro da Saúde ações concretas para combater o mosquito, que transmite também a dengue e a febre chikungunya. A presidente se mostrou incomodada com as declarações polêmicas de Castro, especialmente a de que o Brasil estava perdendo a guerra contra o Aedes aegypti.

continua após a publicidade