Brasília – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, reconheceu ontem, que o governo às vezes enfrenta problemas de coordenação entre os ministérios, o que torna sua ação lenta. "O governo, infelizmente, ainda não aprendeu a trabalhar em equipe" disse o ministro, durante a divulgação do "Mapa Estratégico da Indústria", elaborado pela Confederação Nacional da Indústria. O Mapa é uma espécie de plano estratégico para o País, com ações que, na avaliação da indústria, levarão ao desenvolvimento sustentado até 2015.
Após a cerimônia, ao explicar melhor o problema da falta de coordenação, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior citou como exemplo os projetos para os portos brasileiros. Segundo ele, quando o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, assumiu a coordenação da Agenda Portos, no final do ano passado, percebeu-se que havia ações sobrepostas dos ministérios do Transporte, do Desenvolvimento Regional, da Indústria e Comércio, da Agricultura e de Minas e Energia.
A sobreposição, segundo o ministro Furlan, acaba por produzir resultados fracos. "No momento em que se trouxe uma força-tarefa, juntando todos os ministérios os problemas foram identificados e as ações de correção foram colocadas", afirmou.
Segundo Furlan, é necessário que haja sempre essa função de coordenação dos vários setores, a exemplo do que houve com os portos. Ele disse que o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva está fazendo essa coordenação nas questões relativas ao meio ambiente, transporte e energia.
Sobre o mapa estratégido anunciado ontem, Furlan afirmou que o levantamento poderá ajudar o Brasil a cuidar dos assuntos importantes que, muitas vezes, são relegados a segundo plano por causa das emergências que surgem diariamente. "O urgente atropela o importante todos os dias, mas o importante não pode ficar tardando até o dia em que fique urgente", comentou o ministro.
"O mapa define o País que queremos", disse na solenidade o presidente da Confederação Nacional da Indústria, deputado Armando Monteiro Neto. Ele admitiu que os empresários não têm como promover as mudanças sozinhos, mas garantiu que o setor industrial não abrirá mão de assumir a liderança do processo. (leia mais sobre o Mapa na página 25)