Governo não explica desvio de R$ 700 mi

Brasília

(AE) – Apesar de o governo ter feito a instalação definitiva das novas agências de Desenvolvimento da Amazônia (ADA) e do Nordeste (Adene), a União ainda não conseguiu saber qual o destino de R$ 1,3 bilhão desviado da extinta Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e nunca fez qualquer investigação sobre irregularidades na superintendência do Nordeste (Sudene). Estima-se, porém, que R$ 700 milhões em recursos que eram para financiar projetos somente na região Norte foram parar no exterior.

A ADA e Adene surgiram depois das denúncias dos desvios de recursos do Fundo de Investimento da Amazônia (Finam), que eram destinados à empreendimentos em diversos Estados da região. As fraudes, que estão sendo comprovadas pela Polícia Federal e Ministério Público Federal e foram detectadas anteriormente pela Secretaria Federal de Controle (SFC), causaram uma grande crise no governo por causa do envolvimento de políticos e resultaram na suspensão das aplicações dos recursos, o que deve ser retornar até o final do ano.

As irregularidades causaram a renúncia do presidente do Senado, Jader Barbalho, que também estava sendo acusado de desvios no Banco do Estado do Pará (Banpará) e do ex-ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, além da ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PFL) e seu marido, Jorge Murad. O casal, inclusive, deverá ser processado pela Justiça Federal do Tocantins, sob acusação de suposto envolvimento nas fraudes da Usimar Componentes Automotivos, que recebeu R$ 44 milhões sem nunca ter saído do papel.

Trabalhos

As duas agências praticamente vão retomar os trabalhos da Sudam e Sudene, apesar de o papel de ambas ser mais restrito. O corpo funcional também será menor, já que, com a extinção da Sudam parte dos servidores foi transferido para outros orgãos da administração pública federal. Mas o principal objetivo do governo, com a criação da ADA e Adene, é reaver o dinheiro desviado, por meio de ações na Advocacia Geral da União (AGU).

Até agora, porém, apesar de as investigações estarem distribuídas em vários Estados, nenhum tostão chegou as cofres públicos. “Por nossos cálculos até agora, cerca de R$ 700 milhões.”

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