brasil

Governo federal libera R$ 700 milhões e admite até abastecer viatura no Rio

O governo federal definiu que desembolsará cerca de R$ 700 milhões para apoiar ações de segurança pública no Rio, e a verba deverá ser usada, entre outras finalidades, para pagamento de insumos, como munições e até abastecimento de viatura. Em reunião que contou com o presidente Michel Temer e do governador do Estado, Luiz Fernando Pezão (PMDB), as autoridades até chegaram a anunciar um reforço de efetivo da Força Nacional e da Polícia Rodoviária que já tinha acontecido.

Os agentes extras estão no Rio há duas semanas.Os recursos não serão entregues para o governo do Rio porque há temor de que sejam destinados a outras atividades e serão desembolsados mês a mês, até o fim do ano. A verba vai diretamente para pagamento de insumos, como compra de munições, manutenção e até abastecimento das viaturas da Polícia Militar do Estado.

O dinheiro será usado ainda para garantir o trabalho da Polícia Rodoviária Federal, que controlará as estradas para tentar coibir o contrabando de armas e drogas para o Estado.

Outros recursos vão para a permanência da Força Nacional de Segurança Pública.

Sem reforço

Anunciada como uma novidade por Pezão após a reunião realizada no Palácio do Planalto, o envio dos 800 novos homens da Força Nacional e da PRF, na verdade, já tinha acontecido. Como esclareceu o governo federal, eles estão trabalhando no Rio de Janeiro há duas semanas.

Com a convocação da reunião, realizada pouco antes de Temer embarcar para o encontro do Mercosul, na Argentina, o governador interrompeu licença médica e embarcou para Brasília. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), que é do Rio, e também está sendo cobrado pela caótica situação da segurança pública no Estado, participou do encontro cunho meramente político, sem definição de operações a serem executadas.

Hoje, mil agentes federais – da PRF (380) e da Força Nacional (620) – estão auxiliando no patrulhamento do Rio desde maio, quando chegaram os primeiros policiais de outros Estados. Este contingente ficará no Rio até dezembro de 2018.

Na entrevista, Pezão, que havia assegurado que os 800 homens iam chegar ao Estado “até agosto”, afirmou que as ações da Polícia Rodoviária serão fundamentais “no combate à entrada de armas”, o que ocorre pelas estradas federais, que estão sendo patrulhadas pela PRF.

“Vamos ter resultados significativos”, insistiu. Procurada ontem após a coletiva, a Secretaria Estadual de Segurança Pública do Rio não se manifestou.

A coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes, no Rio, Julita Lemgruber, fez ressalvas quanto à capacidade de mudança que uma tropa de até mil agentes pode representar.

“A PM fluminense tem 50 mil policiais. De que forma 600 ou 800 a mais podem realmente contribuir para uma alteração nesse quadro caótico?”está causando mortes de todos os lados.”

Forças Armadas

Está em discussão o emprego de militares das Forças Armadas em operações específicas no Rio. Prova disso foi a criação de um Estado-Maior conjunto regional – uma espécie de centro de planejamento – que começará a funcionar de imediato, para integrar operações dos governos estadual e federal.

O uso de tropas federais será feito em consenso com Pezão, mas este trabalho será esporádico e pontual.

Ministro da Defesa, Raul Jungmann, que participou do encontro, disse que o Rio terá “apoio integral e permanente das Forças Armadas, se necessário for”, mas não detalhou quando e como.

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, lembrou que o plano de segurança pública “será de longo prazo, até o fim deste governo”, com busca de operações de inteligência.

“Não queremos ações pirotécnicas”, emendou, acrescentando que “todos os meios disponíveis da União estão à disposição” do Rio. (Colaborou Marco Antônio Carvalho)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo