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Governo federal devolva casarão japonês confiscado durante a 2ª Guerra Mundial

Após 76 anos, descendentes de imigrantes japoneses receberam de volta, ma segunda-feira, 18, um casarão confiscado pelo governo brasileiro na Segunda Guerra Mundial, em Santos, cidade do litoral paulista. Ali funcionava a Escola Japonesa de Santos, que foi fechada e teve o imóvel expropriado pelo governo Getúlio Vargas, como retaliação pela entrada do Japão na guerra. O decreto, de 11 de março de 1942, determinava o confisco dos bens das comunidades japonesa, alemã e italiana, consideradas inimigas, após o Brasil entrar no conflito do lado oposto.

A devolução à Associação Japonesa de Santos foi feita pela Secretaria do Patrimônio da União. A solenidade, no próprio casarão, foi acompanhada por anciões que, à época, nada puderam fazer sobre o confisco. Jovens da quarta geração de descendentes dos primeiros imigrantes nipônicos também estiveram presentes.

“Na época, a escola ensinava Português de manhã e Japonês à tarde, mas atendia também brasileiros, como hoje. Temos 120 alunos e só 30% são descendentes”, diz Naoyo Yamanaka, diretora de Cultura da Associação. O sobrado, construído com ajuda financeira do Japão, foi inaugurado em 1929.

Santos tinha a colônia japonesa mais numerosa do Estado. Segundo Naoyo, muitos imigrantes que chegaram em 1908 se fixaram na cidade praiana. Com a criação da escola, o governo japonês enviou professores para ensinar a língua e a cultura.

Em 1946, logo após a guerra, o governo federal incorporou os imóveis confiscados ao patrimônio nacional. O prédio da Escola Japonesa abrigou a Junta de Alistamento Militar até 2006, quando a União permitiu o uso pela Associação. Em 2008, o imóvel foi restaurado.

Futuro

O plano é aumentar as atividades e iniciar a instalação de um museu. Conforme a secretaria, o casarão é o último imóvel confiscado durante a guerra em São Paulo a ser devolvido aos verdadeiros donos. Os bens italianos começaram a ser devolvidos ainda durante o conflito. Em seguida, houve devolução aos alemães. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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