Rio
(AG e agências) – O ministro da Justiça, Miguel Reale Junior, descartou ontem, numa entrevista coletiva, a decretação de estado de defesa no Rio para combater o tráfico de drogas. Segundo ele, a medida não teria nenhum efeito, uma vez que o tráfico não tem direito de reunião. Reale disse que o governo federal enumerou algumas medidas que devem ser tomadas e agora vai aguardar a posição da governadora, Benedita da Silva, porém não esclareceu se ela já recebeu as propostas. Apesar da insistência, o ministro não revelou nenhuma das medidas. Sobre o pedido de transferência do traficante Fernandinho Beira-Mar para outro estado, Reale disse que a decisão depende, exclusivamente, da Justiça.Já o ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Alberto Cardoso, afirmou ontem que o governo vencerá a guerra contra o narcotráfico no Brasil.
O pesidente Fernando Henrique Cardoso defendeu ontem, o entrosamento dos governos federal, estadual e municipal para combater os problemas de segurança pública no Rio de Janeiro.
Segundo ele, as ações, como as que estão sendo organizadas pela força-tarefa criada após a morte do assassinato Tim Lopes, não devem ficar restritas às polícias, mas, também, incluir a Justiça.
“Nós precisamos ter uma polícia permanentemente ativa, com a cooperação da Polícia Federal, dos serviços de inteligência e de informação e com a Justiça, porque vê-se, a toda hora, que muitos desses que são bandidos obtêm habeas corpus, são soltos. As vezes há falta de informação porque o sistema de informação da Justiça ainda é precário. Enfim, é uma luta permanente e nós temos que juntar as mãos”, destacou.
Fernando Henrique informou que a governadora do Rio de Janeiro, Benedita da Silva, e o prefeito da cidade, César Maia, serão chamados em momentos oportunos ao Palácio do Planalto.
Benedita pede maior ação
Rio
(AE) – A governadora Benedita da Silva quer a transferência de todos os chefes do tráfico do presídio de segurança máxima Bangu 1, na zona oeste, para fora do Estado. Ela fez o pedido ao presidente Fernando Henrique Cardoso, em encontro no fim da tarde de segunda-feira. O presidente teria prometido ficar “atento” à solicitação. “É preciso ajuda nessa desarticulação (do crime organizado), na medida em que a presença desses chefes atrapalha, porque eles podem, com seus gestos, cometer atos contra o trabalho dos nossos policiais”, afirmou a governadora, referindo-se indiretamente ao ataque à prefeitura. Seis prédios públicos, que poderiam ser alvos de novos ataques, tiveram a segurança reforçada ontem.Benedita disse que a transmissão de ordens de traficantes de Bangu 1 para seus subordinados “não é novidade para ninguém”. Para a governadora, os criminosos estão reagindo às ações do Estado na área de Segurança Pública. “Precisamos responder cada vez mais rápido. Eles (os traficantes) também querem desestabilizar o governo”, afirmou a governadora. Ela também criticou o uso político do caso. “Quem fizer aproveitamento político não estará contribuindo para que o crime organizado seja banido”, afirmou.