Foto: Agência Senado |
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Senado: no primeiro mandato do presidente Lula, fragilidade dos aliados proporcionou grandes vitórias à oposição. |
Escaldados pelas dificuldades enfrentadas pelo governo no Senado durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líderes do PT preparam uma ofensiva para fortalecer a sustentação na Casa. A expectativa, segundo o senador Tião Viana (PT-AC), é a de reunir este ano no bloco de apoio ou a seu redor, como simpatizantes, pelo menos 47 senadores.
Na prática, significaria ter o apoio de metade mais seis dos 81 senadores. Ou seja, o governo terá uma situação bem mais confortável do que a da legislatura passada, quando a soma dos votos da base ficava em torno de 38 parlamentares. Para Tião, a meta de expandir a base se sustenta na aliança com o PMDB, que crescerá de 18 para 20 votos, nos 22 votos do PT e de seus aliados do bloco e em prováveis adesões de senadores recém-eleitos.
A fragilidade da base governista no Senado foi responsabilizada, entre outros, pela derrubada da medida provisória que criava a super-receita, a aprovação do projeto criando 13.º salário para o Bolsa Família e a intensificação das investigações da CPI dos Bingos, onde depuseram o então ministro da Fazenda, Antônio Palocci, e o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho.
Entre os nomes que o Planalto espera contar para reforçar a base estão o do ex-presidente Fernando Collor (PRTB-AL), dos senadores Epitácio Cafeteira (PTB-MA) e Francisco Dornelles (PP-RJ). Ao contrário de alguns de seus colegas que ainda cobram a retomada da liderança do governo para o PT, Tião considera imprescindível manter o cargo com o PMDB. Mais precisamente com seu atual ocupante, senador Romero Jucá (RR).
Ele avisa que não entrará na ?briga? por esta liderança, mesmo com a intenção de parte da bancada de indicá-lo para o cargo. ?Vamos rezar para que o presidente Lula não caia em nenhuma conversa?, afirma o senador, lembrando que a decisão sobre a liderança do governo é exclusiva do presidente.
A líder do PT, senadora Ideli Salvati (SC), informa que a bancada só tratará de cargos na mesa e nas comissões na reunião marcada para o final deste mês. De certo, por ora, há a indicação do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), para a vice-presidência do Senado, no lugar de Tião Viana. E a intenção do senador Eduardo Suplicy de ocupar a vaga de líder. ?Se os senadores avaliarem que eu posso conduzir bem a liderança do PT, eu estou aberto?, afirma. Ele lembra que a ?tradição? do partido de trocar de líder todos os anos, inviabilizará a continuidade da senadora Ideli no cargo.
O líder Romero Jucá concorda com as previsões de fechar uma base governista com mais da metade dos senadores. ?Se for bem conduzido, a relação política tende a se firmar?, alega. Outro ponto a favor do crescimento da base, segundo o líder, é a perspectiva de que o ano será ?mais leve?, sem as crises que desde 2004 amedrontam o Planalto.
