Governo esvazia ala do PMDB contrária à CPMF

Míngua a cada dia o grupo rebelde do PMDB do Senado contrário à prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O time chegou a reunir 6 dos 20 senadores da bancada peemedebista, mas encolheu para 4. E mais: a poucas horas do jantar da bancada com o novo ministro de Relações Institucionais, deputado José Múcio (PTB-PE), o grupo estava na iminência de se ver reduzido a uma dupla: Jarbas Vasconcellos (PE) e Mão Santa (PI).

A primeira baixa foi decorrência da sucessão do Congresso, que está em curso em meio à ofensiva do Planalto para prorrogar o imposto do cheque. Certo da impossibilidade de se eleger presidente do Senado à revelia do Planalto, o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) tratou logo de reabrir o diálogo. Foi muito bem recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva há cerca de um mês e não só declarou seu voto favorável à CPMF como ouviu o apelo para que ajude a conquistar novos apoios no PMDB e na oposição.

Não por acaso, apenas três senadores do PMDB atenderam à convocação do colega Geraldo Mesquita (AC) para uma conversa dos dissidentes, antes da reunião conjunta do DEM e do PSDB para organizar a resistência à prorrogação da CPMF. Embora tenha sido anfitrião de um outro jantar, em que os rebeldes planejaram a derrota do governo na votação da medida provisória que criava a Secretaria Estratégica de Ações de Longo Prazo e mais 600 cargos, o senador Valter Pereira (MS) está fora da lista de senadores contrários à CPMF.

Na conversa reservada do grupo dissidente, só Jarbas e Mão Santa bateram o martelo pela recusa ao tributo. ?Não entendo que um partido possa fechar questão para manter ou elevar a carga. Isso nunca existiu em nenhum País do mundo; só no Brasil e no governo Lula?, disse Jarbas. ?Todos nos elegemos com o compromisso de baixar a carga tributária e a oportunidade é agora. Não porque é governo Lula, nem porque o presidente é do PT.

Mão Santa queixou-se da ?pressão de louco e de todo tipo? que estaria sofrendo para fechar com o Planalto. Disse que a toda hora recebe telefonema ?de alguém do governo? – na quarta foi procurado pelo ministro da Saúde, José Temporão. ?Nunca sofri tanta pressão?, declarou.

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