Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva definirá hoje, em reunião com vários ministros no Palácio do Planalto, o valor do salário mínimo que vigorará a partir de primeiro de maio. Os recursos previstos no Orçamento de 2004 garantem um aumento dos atuais R$ 240 para até R$ 270, mas o presidente Lula poderá anunciar um novo mínimo de R$ 280, atendendo, assim, às pressões do seu próprio partido, o PT, e das centrais sindicais que prometem muito barulho para os próximos dias.
Lula se convenceu de que é preciso dar um aumento real para o salário mínimo para conter as insatisfações internas e externas. Os parlamentares, disse um ministro a Lula, voltaram do feriado da Semana Santa em suas bases queixando-se de que, sem uma boa notícia para dar, está cada vez mais difícil defender o governo nos palanques das eleições municipais.
Hoje, a Receita Federal divulgará os números de março. Se for confirmado o excesso de arrecadação verificado nos meses anteriores, o presidente anunciará um mínimo maior do que o previsto. O presidente convocou para a reunião os ministros da Previdência, Amir Lando; do Trabalho, Ricardo Berzoini, além de José Dirceu (Casa Civil) e Antonio Palocci (Fazenda).
Foi certamente na expectativa dessa reunião que os deputados do PMDB adiaram para hoje a decisão da bancada de defender um salário mínimo de R$ 300,00. Esta é a tendência majoritária no partido, mas o líder na Câmara, deputado José Borba (PR), ponderou que a definição por esse valor depende ainda de uma análise sobre o impacto financeiro da proposta.
O projeto elevando o mínimo de R$ 240,00 para R$ 300,00 é de autoria do deputado Mauro Benevides (PMDB-CE), que assumiu como suplente do agora ministro Eunício Oliveira (Comunicações). Além do PMDB, o próprio PT criou uma comissão de deputados do partido para pressionar o governo e formalizar uma proposta de aumento real para o mínimo.
Marinho cobra R$ 300
São Paulo – O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho, encaminhará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em encontro previsto para a próxima sexta-feira (dia 16), em Brasília, proposta de elevação do salário mínimo para R$ 300 e criação de frentes de trabalho pelo governo federal para tentar reduzir o desemprego nas regiões urbanas.