O Palácio do Planalto vai insistir na conquista de votos dos tucanos para tentar aprovar a prorrogação da CPMF até 2011. Depois de, nos últimos dias, ter priorizado as negociações com PMDB e PDT, na semana que vem o governo acenará com a possibilidade de fazer cortes nos seus gastos correntes, medida defendida publicamente pelos tucanos. Estão na mira, também, os votos dos senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e César Borges (PR-BA) além do apoio dos parlamentares do PTB.

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O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve fazer contatos pessoais com esses parlamentares. Pelo cálculo do governo, já haveria 50 ou 51 votos a favor da prorrogação da contribuição. Como são necessários 49 votos para que a proposta passe, o Planalto precisa agora investir em uma margem segura de apoio.

Em relação à discussão dos cortes de gastos, na terça-feira os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Paulo Bernardo, se reunirão com o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-AP), e com o líder do PDT no Senado, Jefferson Péres (AM), que também apóia a proposta, para debater o assunto. Não existe ainda uma idéia concreta no governo sobre como seria feita essa redução de despesas, mas Mantega indicou a disposição de mesmo assim negociar.

Nas discussões no Senado, o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), sugeriu justamente que Lula fosse à TV anunciar ?drástico corte? nas despesas do governo. ?Gostaria muito de ouvir o presidente, não fazendo as habituais troças da oposição, não dizendo trivialidades, mas, como chefe de Estado, dizendo estar preocupado com o futuro do País, reconhecendo haver gastos exorbitantes e que vai apresentar, no espaço de 15 dias, um programa de contenção de gastos públicos expressivo?, afirmou o tucano.

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