A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, manifestou preocupação com o grande consumo de gás natural no uso veicular. "É impossível justificar economicamente o uso do gás com essa finalidade", disse a ministra durante a aula inaugural do mestrado de agroenergia organizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Esalq/USP e Embrapa.
Hoje, o gás natural veicular (GNV) representa 6,9% da matriz de transportes. Para Dilma, essa participação é uma distorção na medida em que o Brasil conta com combustíveis alternativos, como a gasolina e o etanol.
Segundo a ministra, o gás deveria ser destinado prioritariamente para as termelétricas, de modo a garantir a segurança energética do País, e para o segmento industrial, proporcionando aumento de produtividade. "A introdução do gás na matriz industrial provoca um aumento de produtividade ao longo de toda a cadeia", disse. Para exemplificar isso, a ministra citou a Espanha. "Há uma estimativa na Espanha de que a introdução do gás proporcionou aumento de 1,5 vez na produtividade.
A ministra disse ainda que o aumento do consumo de GVN refletiu o deslocamento do preço do insumo com a gasolina e o etanol, tendo em vista que o preço do gás ficou congelado por um bom tempo. "Agora, a Petrobras vai aumentar o preço do gás porque o custo do insumo para a companhia também está aumentando", afirmou.