Depois de uma semana de quarteis fechados, pânico nas ruas, depredações e corpos empilhados no Instituto Médico Legal (IML) de Vitória, enfim terminou a greve dos policiais militares do Espírito Santo. A definição aconteceu na noite desta sexta-feira (10), em reunião entre quatro representantes do governo capixaba e quatro representantes das associações de policiais e bombeiros. As mulheres dos militares, que desencadearam a crise e bloquearam as portas dos quarteis, não foram chamadas para participar do encontro.
Assim como em conversas anteriores, o governo do Espírito Santo não prometeu nenhum reajuste imediato para os PMs. O que surgiu de novo nesta reunião foi a promessa de uma proposta (isso mesmo) para o final de abril, quando termina a apuração das contas públicas e dos resultados fiscais do Estado. Essa proposta, se vier, será estendida a todos os servidores, teria prometido o secretário da Fazenda, Paulo Roberto Rocha, segundo informação da jornalista Miriam Leitão, da TV Globo.
A greve dos PMs do Espírito Santo transformou o Estado num palco de guerra. Saques aconteceram em todas as grandes cidades, patrimônio público e privado foi destruído, assaltos à mão armada se multiplicaram, as escolas foram fechadas, o comércio parou e os assassinatos chegaram a 127, segundo o Sindicato dos Policiais Civis. Até esta sexta, as reuniões de negociação foram tensas e terminavam em confusão, com o governador afastado (em tratamento de câncer) Paulo Hartung e o interino César Colnago sendo intimidados, e seguranças ameaçando quem estava protestando.
Como fica
Segundo o acordo fechado entre governo e associações de policiais e bombeiros militares, a partir das 7h da manhã deste sábado (11), os batalhões e quarteis serão reabertos e os PMs voltarão às ruas do Espírito Santo. A contrapartida imediata do governo estadual é a desistência das ações judiciais contra as associações e a formação de uma comissão para avaliar as horas extras.