Rio – Seis deputados federais da Comissão de Direitos Humanos e da Comissão de Segurança Pública da Câmara Federal estiveram ontem na Casa de Custódia de Benfica para visitar a unidade e verificar as condições em que estão os presos e como aconteceu a rebelião. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Mário Heringer (PDT-MG), criticou a atitude do governo do Estado de misturar diferentes facções criminosas em uma mesma unidade prisional.

Segundo ele, essa postura é uma omissão premeditada feita para gerar até mesmo fatos como o ocorrido no sábado passado. O deputado disse ainda, que quando se misturam facções rivais o governo do estado facilita ações desse tipo: “É só acender o fósforo, porque a bomba já está armada”. Heringer disse que “havia restos humanos e fios elétricos usados para assassinar os presos ainda no chão, quatro dias depois de terminado o motim”. Ainda, segundo o parlamentar, há muitos presos com marcas de ferimentos a tiro e com escoriações. Disse também que o presídio está muito destruído e que havia muita água ainda nos corredores e dentro das celas.

Um dos presos entregou um pedaço de espelho ao deputado, que considerou o objeto uma arma em poder dos presos, apesar da vistoria já realizada pelo poder público estadual. Para Mário Heringer, a Casa de Custódia continua sendo um barril de pólvora, mesmo que os líderes do motim estejam separados dos outros presos.

A deputada federal Denise Frossard disse que continua não entendendo nada do que aconteceu na rebelião. Ela questionou a decisão das autoridades, que negociaram o fim da rebelião, de chamar um pastor e disse que o Estado deveria ter poder e competência para acabar com o conflito.

Denise disse ainda que o governo do Estado deve ser transparente ao passar as informações sobre a barbárie ocorrida durante o motim: “O Estado tem que ser transparente porque é da falta de transparência que vem a corrupção. Tem de ter luz. O Estado está opaco”, disse a deputada. Também estiveram na Casa de Custódia os deputados federais Antônio Carlos Biscaia, Laura Carneiro, Chico Alencar e Josias Quintal.

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