O ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, disse nesta terça-feira (27) que o governo "não trabalha com a hipótese" de não aprovação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) este ano, o que o obrigaria a esperar 90 dias para restabelecer a sua cobrança após a proposta passar pelo Congresso. "Não seria bom para o País a noventena. O bom é que nós aprovemos a CPMF. As outras hipóteses, nós não contamos com elas", declarou o ministro.

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Ele acrescentou ainda "não considerar provocação" o fato de a oposição ter decidido apressar a votação de matérias o Senado como forma de tentar levar o governo à derrota na votação da prorrogação do tributo. "Não acho que seja provocação. Eu acho que deveríamos ter apressado antes, já que a necessidade é premente", desabafou Múcio. "Na realidade, não é uma provocação ao governo, é uma provocação ao País, em função da necessidade da CPMF, que não é do governo, é da sociedade, da saúde, dos programas sociais." Ele lembrou que a votação deve ocorrer em poucos dias. "Todos estão trabalhando pela sua aprovação.

‘Hipótese melhor’

Ao ser questionado sobre a previsão dos empresários, de que o governo vai ter de trabalhar com a noventena, o ministro reagiu dizendo que "sempre trabalhou com a hipótese melhor". E avisou: "Bom é que nós aprovemos. Existem muitos brasileiros responsáveis trabalhando para que a CPMF seja aprovada e é com a soma destes esforços que nós nos estimulamos a acreditar que vamos votar em tempo hábil." O ministro não quis dizer que já teria os 49 votos e brincou com as contas. "Se somarmos o que achamos que temos com o que eles acham que têm, dá mais do que o número de senadores.

Múcio reiterou que tem procurado para conversar a oposição e os integrantes do seu partido, o PTB, que se rebelaram dias antes, saindo da bloco do governo. Segundo ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também tem dialogado com os parlamentares. O ministro lembrou que muitos senadores são amigos do presidente. Ele não revelou com quem Lula já teria conversado para cooptar votos a favor da CPMF. "Estamos trabalhando para construir pontes. Isso não quer dizer que tudo termina com a CPMF, com a sua aprovação ou não. Nós temos um Brasil todo para construir pela frente. Temos três anos mais de governo Lula e é fundamental na democracia que haja oposição, mas sem acidez no debate e no diálogo.

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O novo ministro descartou a possibilidade de "armar acampamento" no Senado. "Eu achei que ficava melhor conversar com os senadores nos espaços que eles achassem mais convenientes, para não parecer uma invasão do espaço que é próprio deles. Estamos conversando, sempre respeitando as posições de cada um e procurando fazer a forma da conveniência dele", afirmou. Disse ainda que está "de portas abertas" para receber os senadores.