Maputo (Moçambique) – As autoridades moçambicanas enviaram hoje (50 uma equipe do governo central para dar assistência aos executivos locais das regiões do país que estão em alerta vermelho por causa das inundações.
A equipe é liderada pelo ministro da Educação e Cultura de Moçambique, Aires Aly, que está em Nova Mambone, localidade afetada pelas cheias, na qualidade de membro do Conselho Coordenador de Gestão de Calamidades.
O grupo pretende analisar a resposta dada ao problema pelas autoridades locais, bem como capacitá-las para, de "forma sustentável, enfrentar a situação", disse Aly.
As cheias já atingiram 55 mil moçambicanos e tendem a piorar.
Segundo dados oficiais divulgados em Maputo, o nível das quatro bacias hidrográficas do país deve continuar acima do normal por causa das chuvas em Zimbábue, Zâmbia e Maláui – países vizinhos de onde vêm grande parte dos principais rios que atravessam Moçambique – e à abertura das comportas da hidrelétrica de Cahora Bassa, no centro do país.
A bacia do rio Save, a sede do distrito de Machanga e a vila de Nova Mambone, no distrito de Govúro, continuam inundadas, enquanto as bacias do Búzi e do Púngoe, ambas na região centro, alagaram extensas áreas dos distritos de Dondo e Nhamatanda. Algumas vias de acesso rodoviário foram cortadas pelas águas.
O governador da província de Sofala, Alberto Vaquina, havia informado que três pessoas morreram afogadas, mas um porta-voz do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) de Moçambique negou a notícia, afirmando que, até o momento, não foram registradas vítimas fatais por causa das cheias.
Na quinta-feira (3), o governo moçambicano ativou o alerta vermelho e acionou o Centro Nacional Operacional de Emergência (CNOE) para coordenar operações de socorro e retirada de populações em risco. Pelo menos 2,5 mil famílias foram resgatadas das zonas ribeirinhas.
Apesar da difícil situação que o país enfrenta, as autoridades moçambicanas afastaram, por enquanto, a hipótese de lançar um apelo de ajuda internacional.
Em 2007, as cheias em Moçambique provocaram pelo menos 29 mortos e cerca de 60 mil deslocados.