O governo quer provocar impacto econômico e político com o lançamento do projeto do Trem de Alta Velocidade (TAV), planejado para ligar o Rio de Janeiro a São Paulo e Campinas. Sob o comando da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o Planalto vai reunir nos dias 15 e 16 dirigentes e técnicos dos Ministérios dos Transportes e da Fazenda, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para tratar exclusivamente do trem-bala brasileiro.

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Durante os dois dias, os funcionários do governo conhecerão o estudo preparado pela consultoria britânica Halcrow sobre o traçado, o modelo de negócios, o potencial de passageiros e a viabilidade econômica do primeiro trem de alta velocidade das Américas. Trata-se do mais audacioso plano de investimentos do governo para os próximos anos. A Halcrow projetou gastos de U$ 11 bilhões para as obras. Cálculos do mercado, no entanto, apontam para a necessidade de investimentos de algo em torno de U$ 14 bilhões.

Há uma grande agitação política na fase que antecede o anúncio. A ideia é que o trem-bala fique pronto um pouco antes do início da Copa do Mundo de 2014. Portanto, há pressa. Depois das reuniões dos dias 15 e 16, o projeto deve ficar à disposição para consulta pública na internet. Assim que o projeto for aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a ANTT iniciará a fase de licitação. Seus diretores acreditam que em agosto já será possível anunciar a concorrência internacional bilionária num pregão na Bovespa. Por causa da licitação iminente, há uma mobilização entre os grandes conglomerados ligados ao setor da construção de ferrovias, todos interessados em participar.

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