O governo já comunicou aos partidos de oposição que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) não vai presidir a sessão desta quarta-feira (11) à noite do Congresso que discutirá a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O aviso foi feito pelo líder do governo na Câmara, deputado José Múcio Monteiro (PTB-PE), e pelo presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), aos deputados Chico Alencar (PSOL-RJ) e Fernando Gabeira (PV-RJ), no gabinete da presidência do PMDB.
O governo queria saber se o afastamento de Renan da sessão garantiria que a oposição não atrapalharia o andamento da votação. Durante toda a semana, a oposição prometeu inviabilizar a votação da LDO caso Renan insistisse em presidir os trabalhos dessa reunião. "Dissemos ao líder do governo que nossa restrição é em relação ao senador Renan, que achamos que deveria estar afastado da presidência do Senado há muito tempo. Mas sem ele não temos nenhum motivo para protestar durante a sessão da LDO", afirmou Chico Alencar.
O convencimento da oposição foi o último ponto de uma série de movimentos estratégicos coordenados pelo Palácio do Planalto para conseguir realizar a sessão da LDO. Primeiro, o ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, se reuniu no Palácio do Planalto com José Múcio, Temer e com a líder do governo no Congresso, senadora Roseana Sarney (PMDB-MA), para decidir como Renan poderia ser convencido a não participar da sessão.
Renan acabou sendo chamado para conversar com Temer e Múcio no gabinete da presidência do PMDB. Renan foi alertado que a insistência em presidir a sessão seria prejudicial para todos. Atrapalharia o Planalto na questão da aprovação da LDO e traria mais desgaste para a imagem do senador, que seria alvo dos ataques da oposição. Renan acabou aceitando os argumentos e aceitou declinar do comando da sessão.