O ministro da Justiça, Tarso Genro, informou nesta sexta-feira (1.º) ao presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, que o governo anunciará nos próximos dez dias o resultado de uma primeira avaliação da versão de que ex-presidente João Goulart – o Jango – teria sido morto por envenenamento, em 1976, por ordem do então regime militar brasileiro. A versão foi apresentada à imprensa pelo ex-agente de inteligência uruguaio Mario Neira Barreiro, que está preso no Rio Grande do Sul.

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Ao fim da sessão que abriu os trabalhos do Judiciário neste ano, Genro chamou Britto para uma rápida conversa e revelou ter lido o depoimento de Barreiro. O ministro da Justiça afirmou que uma comissão do governo analisa se a afirmação dele tem fundamento ou não. Caso o ministério conclua que há consistência na versão do uruguaio, a Polícia Federal (PF) deverá prosseguir as investigações sobre o assunto.

Logo após a declaração de Barreiro, o presidente da OAB cobrou do governo uma investigação profunda sobre a morte de Jango. "A possibilidade de envenenamento de um presidente da República é extremamente grave, e não pode pairar qualquer dúvida sobre a ação criminosa contra aquele que já foi a maior autoridade de um país", afirmou Britto.

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