Governo anuncia segunda etapa de obras na Rocinha

Nos primeiros dias da ocupação da favela da Rocinha pelas forças de segurança, o governo do Estado apressou-se em anunciar a segunda etapa de obras na comunidade, ao custo de R$ 700 milhões, em que a grande atração seria um teleférico para transportar até 30 mil pessoas por dia, mas o caminho para chegar a novos recursos federais ainda é longo.

No dia 30 de novembro será escolhida a empresa que, no prazo de seis meses, fará o projeto executivo das obras. Só depois do trabalho concluído Estado e União firmarão o contrato da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) da Rocinha. A elaboração do projeto executivo custará R$ 12 milhões, pagos pelo governo do Estado.

Sem avançar no PAC 2, as obras na Rocinha receberam hoje sinal amarelo (de “atenção”) do Ministério do Planejamento, no balanço das obras do PAC-1. O governo federal citou a “demora” na aprovação do projeto de obras complementares, que resultarão em um gasto extra de R$ 51 milhões, além dos R$ 278 milhões já investidos, divididos entre Estado (40%) e União (60%).

A Empresa de Obras Públicas (Emop), ligada à Secretaria Estadual de Obras, promete para o fim do mês a conclusão do projeto das obras adicionais, principalmente de alargamento da localidade conhecida como Rua 4.

Coordenador de infraestrutura do Estado, o vice-governador Luiz Fernando Pezão diz que foram necessárias intervenções não previstas no projeto inicial, como contenção de encostas. “Quando a gente entra lá para fazer as obras é que vê a realidade. É sempre uma emoção”, diz Pezão. Ele lembra, no entanto, que o PAC-1 já mudou em grande parte a paisagem e a vida na favela, com um complexo esportivo de 15 mil metros quadrados, uma unidade de saúde de atendimento 24 horas, passarela, urbanização e construção de moradias.

Sobre os recursos para o PAC 2, Pezão reconhece que a estimativa dos

R$ 700 milhões é preliminar e que o contrato com a União ainda será firmado, mas conta com o “entusiasmo” da presidente Dilma Rousseff. “Ela gostou muito do que viu no PAC 1 e pediu um projeto executivo para a segunda etapa. Agora é que vamos detalhar”, explica o vice-governador.

Diante das críticas de um grupo de arquitetos à construção do teleférico, Pezão defende a obra, mas ressalva que ainda dependerá do projeto detalhado. “O teleférico está em estudo. Só vamos saber se tem viabilidade com o projeto executivo. O que pudermos fazer para dar mobilidade à comunidade será feito. Mas nada será realizado sem discutir com os moradores”, diz o vice.

Segundo Pezão, a Emop levará moradores da Rocinha para andar no teleférico do Complexo do Alemão, inaugurado em julho passado pela presidente Dilma. “Nosso interesse é atender a comunidade. A ideia é que as estações na Rocinha sejam menores que no Alemão, adaptar às características da Rocinha”, informa.

Em resposta à pergunta da reportagem, a assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento informou hoje que “segundo informações da área técnica, a Rocinha não faz parte dos projetos do PAC 2 que já foram selecionados”. Acrescentou que o Rio “poderá apresentar projetos para as outras seleções que ocorrerão no PAC 2”.

No quesito Urbanização de Assentamentos Precários, além do sinal amarelo para a Rocinha, o Planejamento deu sinal verde (“adequado”) para as obras do Complexo do Alemão, que somam R$ 940 milhões.

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