O líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (RR), informou em declaração divulgada pelo programa "Bom Dia, Brasil", da TV Globo, que o governo está negociando uma solução para a crise em torno do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que é alvo de processos no Conselho de Ética – acusado de quebra do decoro parlamentar -, mas insiste em permanecer no cargo. Os governistas querem que Calheiros, se não renunciar, pelo menos tire uma licença do cargo. O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, embora reafirmando que o caso Renan é assunto do Senado, disse que torce por "uma solução rápida" da crise.
"Nós estamos avaliando o quadro, estamos confiando no discernimento do presidente Renan e, é claro que, não só eu, como líder do governo, mas todos os senadores, todos os partidos querem a retomada da normalidade e das votações no Senado", declarou Jucá, que participou ontem à noite de um jantar na residência oficial de Calheiros com vários políticos, entre os quais o senador José Sarney (PMDB-AP).
O temor do governo é de que a persistência da crise no Senado em torno de Renan possa prejudicar a votação da emenda que prorroga até 2011 a vigência da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Para continuar cobrando a contribuição, o governo precisa que a aprovação da emenda no Senado seja concluída antes do final do ano.