Apesar do interesse do governo em conquistar votos da oposição para aprovar a emenda que prorroga a vigência da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), até agora os governadores do PSDB, que são favoráveis à prorrogação, não apresentaram nenhuma proposta aos senadores do partido. "O governo não pôs nada à mesa", afirmou um dos líderes do PSDB no Congresso que tem conversado diariamente com governadores de Minas e de São Paulo, respectivamente Aécio Neves e José Serra.

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O senador Cícero de Lucena (PSDB-PB) lembrou que o governador Cássio Cunha Lima (PSDB) lhe fez na semana passada um apelo para reverter seu voto, mas, depois disso, não tocou mais no assunto. "Não acredito em mudanças na bancada. O governo não está fazendo o dever de casa e agora responsabiliza a oposição", afirmou Lucena, se referindo aos sucessivos ataques feitos nos últimos dias à oposição pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), reconhece que há interesse dos governadores na aprovação da CPMF mas reafirma a posição da bancada contra a emenda. "O PSDB vai votar contra a CPMF, porque o governo é irresponsável", afirma. Na avaliação de Guerra, o presidente Lula passou a reforçar os ataques à oposição porque percebeu a real dificuldade em conseguir votos da própria base governista para aprovar a CPMF. "O presidente está vendo a qualidade de sua base", afirmou Guerra, deixando claro que o Palácio do Planalto, para vencer a votação, terá que fazer barganhas de última hora em troca de votos. A votação da emenda da CPMF em primeiro turno pelo plenário do Senado está prevista para terça.

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