As irregularidades denunciadas pelo Ministério Público Federal envolvendo o atual governador do Sergipe, João Alves Filho, e sua esposa, Maria do Carmo do Nascimento Alves, ocorreram no ano seguinte ao término do seu segundo mandato no cargo, em 1995. Por este motivo, ele foi citado como ex-governador do Estado na denúncia feita pelo MPF contra a Habitacional Construções, uma das três empresas acusadas pelo Ministério Público Federal de ter participado de um esquema de desvio de recursos da Banestado Leasing.
As irregularidades resultaram na condenação de cinco ex-diretores do banco, um empresário e de um ?laranja?, de acordo com reportagem publicada ontem por O Estado.
João Alves Filho é governador do Sergipe pela terceira vez. Foi eleito pela primeira vez em 1982. A segunda vitória foi em 1990, quando João Alves Filho já estava no PFL e a terceira, em 2002. As denúncias feitas pelo MPF referem-se ao ano de 1995, quando Alves já estava, portanto, fora do governo.
De acordo com a denúncia, o ex-governador à época, (junto com sua esposa), ofereceram garantia em dois contratos assinados pela Habitacional Construções para a venda de bens à Banestado Leasing. Os contratos não foram honrados, apesar de várias renegociações. E os valores pagos pelos bens foram superestimados, já que as mercadorias tinham mais de quinze anos de uso. E a operação foi marcada por ingerência política, já que foi o ex-deputado federal paranaense Joaquim dos Santos Filho quem apresentou João Alves Filho ao seu filho, que era o então diretor-presidente da Banestado Leasing, Osvaldo Luiz Magalhães dos Santos.