O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), afirmou nesta segunda-feira (10) que poderá ser intermediador entre a oposição e o governo para a apresentação de uma contraproposta para a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). "Se houver sugestão, que seja algo factível. Mas se houver algo possível de ser feito para evitarmos uma surpresa desagradável, eu me comprometo a ser o mediador e levar a proposta para o Guido (ministro da Fazenda, Guido Mantega). O que não pode é o País perder por um ou dois votos uma arrecadação de R$ 41 bilhões", disse em entrevista após participar de evento promovido pela Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).
O governador deixou o Rio com direção a São Paulo e afirmou que estará amanhã em Brasília. Apesar de não revelar com quem ele se reuniria na capital paulista, lembrou que "hoje estão ocorrendo conversas intensas" na tentativa de garantir a aprovação da prorrogação da CPMF no Senado. "Eu espero sair com algo de lá (de São Paulo)", disse. Segundo ele, todos os governadores da base aliada, e até mesmo os tucanos José Serra e Aécio Neves, estão "conversando" com os senadores de seus Estados para indicar a posição favorável ao tributo.
"O que não dá para ocorrer no momento é esta brincadeira de cabo de aço. Não podemos brincar com algo deste porte, num momento que está tão favorável ao Brasil", comentou, admitindo que teme que, com a rejeição da CPMF, seu Estado seja atingido com cortes no Orçamento. "Vai sobrar para todo mundo", comentou. O governador disse ainda que, se receber uma "proposta factível" da oposição, pretende "conversar seriamente" com o ministro Guido Mantega. Ao responder a um jornalista sobre a possibilidade de abrandar a cobrança, ele afirmou: "O Guido (Mantega) diz que não. Não dá para fazer mais nada além do que já foi feito. Mas é preciso mostrar a ele que, dependendo da proposta, melhor assim do que nada", comentou.