Em meio a denúncias de envolvimento com uma rede de prostituição de luxo, o governador de Nova York, Eliot Spitzer, está considerando a hipótese de renunciar ao cargo, afirmam fontes ligadas ao político democrata. Spitzer recebeu conselheiros políticos ontem à noite, horas após se desculpar publicamente, acompanhado da mulher, por "violar suas obrigações com a família". Porém, funcionários do governo dizem que não há nada programado, nesta terça-feira (11), para um possível anúncio de renúncia do governador.
A investigação criminal sobre a denúncia que vinculou o governador de Nova York com o caso de prostituição de luxo mostrou que seu envolvimento começou com uma investigação sobre transações financeiras suspeitas. A informação foi divulgada na edição de hoje do jornal New York Times, citando fontes não identificadas.
Spitzer pediu ontem desculpas à sua família horas depois de sua ligação com uma rede de prostituição de luxo ter vindo à tona. O governador, porém, cometeu mais do que um deslize pessoal ou familiar. Ele está sendo investigado pela Justiça por ter se envolvido com uma prostituta e deslocado a mulher entre Estados – ação que é considerada crime nos EUA.
Em seu breve pronunciamento, Spitzer não comentou essa investigação, o que levou opositores a pedirem sua renúncia. "Agi de uma maneira que violou minhas obrigações com a minha família", afirmou o governador ao lado da mulher, Silda, com quem é casado há 21 anos e tem três filhas.
Movimentações Suspeitas
Investigadores examinaram transações financeiras suspeitas do governador. Eles revisaram relatórios que mostram movimentos atípicos, que escondiam a fonte, o destino ou a finalidade de milhares de dólares em dinheiro, que terminaram em contas bancárias de empresas fantasmas.
Essas movimentações, segundo fontes que exigiram anonimato, sugeriam o possível financiamento de crimes – suborno, corrupção política ou operações inadequadas envolvendo financiamento de campanhas. Prostituição, afirmam as fontes, era o destino mais distante na suspeita dos investigadores.
A investigação apontou, porém, que todo o dinheiro era desviado para o pagamento de sexo e que as transações eram manipuladas para garantir o pagamento dos encontros com prostitutas. Uma conversa telefônica gravada com o governador comprovou o envolvimento com o serviço de prostituição de luxo.
Uma das jovens que trabalhavam para o Emperors Club VIP, o serviço de acompanhantes contratado por Spitzer, auxiliou na investigação. As escutas, assim como os registros bancários das empresas fantasmas, revelaram uma rede de prostituição praticamente global. No centro está o Emperors Club, que arranja encontros com mais de 50 mulheres em Nova York, Paris, Londres, Miami e Washington.