O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse nesta terça-feira (12) que as autoridades políticas, a mídia e a sociedade civil organizada devem ter "cautela" para que o Brasil não se transforme "em uma grande delegacia de polícia, com apenas essa agenda". Aécio foi questionado sobre a tentativa da oposição de instalar a CPI da Navalha no Congresso, estendendo seu foco até a Operação Xeque-Mate e as investigações envolvendo Genival Inácio da Silva o Vavá, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Embora tenha ressaltado que "as investigações devem ir a fundo" e se trate de um assunto do Congresso Nacional, o governador alertou para eventuais injustiças. "Não me refiro apenas a esse episódio, me refiro a todos os episódios, vamos ter cautela para não imputarmos às pessoas responsabilidades que eventualmente elas não tenham". Aécio defende que as investigações transcorram com total liberdade e admite que o Congresso participe desde que um "fato objetivo" justifique.
"Existem denúncias e indícios fortes e que sejam apurados; existindo comprovações, que sejam punidos exemplarmente; mas antes disso, é preciso cautela para não cometermos injustiças e prestar um desserviço à democracia", disse o governador, que participou da inauguração do Centro Mineiro de Referência de Resíduos, em Belo Horizonte. Nesta terça-feira, Aécio se encontrará, em Brasília, com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para discutir a flexibilização do limite de endividamento dos Estados.
Eleições 2010
O governador voltou a dizer que não está preocupado com a eleição presidencial de 2010 e minimizou os afagos dos peemedebistas. Ontem, o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, disse que as portas do partido "estarão sempre abertas" para Aécio. "Essa questão de 2010 está tão distante do meu pensamento, que é muito difícil eu fazer qualquer avaliação do cenário futuro", disse. "Quero que Minas se apresente ao Brasil, ao final deste nosso segundo mandato, como o Estado de gestão não só moderno, mas gestão de resultados, que apresente ganhos concretos para as pessoas. O ano de 2010 ocorrerá lá na frente. Não há como fazer qualquer especulação agora".