Ginecologista depõe e polícia o indicia por homicídio doloso

O ginecologista Vanderson Bullamah prestou depoimento durante cerca de 7 horas, hoje (07), no 1º DP de Ribeirão Preto, sobre a morte da estudante Helen de Moura Buratti, de 18 anos, ocorrida em 5 de julho, um dia após uma cirurgia de lipoescultura. O médico, que alegou inocência no caso, foi indiciado por homicídio doloso, pois os delegados que cuidam do caso consideraram que ele assumiu o risco de produzir o resultado lesivo, ou seja, um dolo eventual pós-operatório. A polícia ainda poderá pedir, nos próximos dias, a prisão preventiva do acusado.

Bullamah defendeu-se de responsabilidade na morte de Helen, dizendo que seguiu todas as normas técnicas exigidas pela cirurgia. Ele também informou que Helen não morreu em decorrência da lipoaspiração, mas em função de uma infecção, não diagnosticada antes da lipoescultura, que causou uma desidratação e, conseqüentemente, a sua morte. 

Segundo a delegada Maria Beatriz Moura Campos, que preside o inquérito, Bullamah, questionado sobre o que teria sido a causa mortis, disse que foi um acidente de punção, que ocorreu na Beneficiência Portuguesa. Indiretamente, sem citar nomes, teria implicado um médico desse hospital, segundo a delegada.

Bullamah chegou ao 1º DP, acompanhado do advogado Heráclito Mossin, às 9 horas e saiu após as 16 horas. Antes mesmo do depoimento, com base em outras provas colhidas durante o inquérito, o delegado Marcos César Borges já avisava que o médico seria indiciado por homicídio doloso.

O laudo oficial apontou que Helen morreu por insuficiência renal causada por anemia profunda, com perda de sangue, em decorrência de complicações pós-cirurgica. O ginecologista alega que isso não teria ocorrido.

O advogado Mossim deverá pedir um laudo independente sobre o caso, mas para incluir o perito como testemunha, já que o inquérito só terá o laudo oficial.

Mossin disse que discorda da posição dos delegados, de dolo eventual. ?Esse fato, se for típico, deve ser discutido em nível de culpa e não a título de dolo?, comentou ele.

A delegada Maria Beatriz afirmou que o inquérito está concluído e pediu ao juiz da Vara do Júri, Luís Augusto Freire Teotônio, mais dez dias para preparar o relatório final e encaminhá-lo ao Fórum. Pelo menos 12 pessoas foram ouvidas durante o inquérito.

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