Brasília – A assessoria de Gim Argello (PTB-DF) afirma que ele toma posse nesta terça-feira (17). Argello vai ocupar a vaga deixada no Senado por Joaquim Roriz (PMDB-DF). O ex-governador do Distrito Federal renunciou para não ser cassado e não perder o direito de disputar eleições até 2022. Gravações telefônicas da Polícia Civil do Distrito Federal para a Operação Aquarela, divulgadas pela imprensa, mostraram Roriz negociando a partilha de um cheque de R$ 2,2 milhões com o ex-presidente do Banco de Brasília, Tarcísio Franklin de Moura.

continua após a publicidade

Roriz se defende dizendo que o dinheiro pertence ao empresário Nenê Constantino. Teriam ficado com Roriz a título de empréstimo R$ 300 mil. O restante teria sido devolvido ao empresário. Argello também é suspeito de participar da distribuição do dinheiro. Ele não se defendeu publicamente das acusações.

Até a manhã desta terça-feira, Argello não tinha apresentado à Secretaria do Senado os documentos necessários para a posse, como declaração de bens e diploma expedido pelo Tribunal Superior Eleitoral. Mesmo assim, a secretaria informou que o processo é muito rápido e, entregues os documentos, ele pode tomar posse imediatamente.

O ex-deputado distrital também pode ser alvo de investigações no Senado. A presidente do PSOL, Heloísa Helena, confirmou hoje que o partido só espera a posse do parlamentar para entrar, hoje mesmo, com representação pedindo a abertura de processo por quebra de decoro contra ele, no Conselho de Ética do Senado.

continua após a publicidade

?Inferlizmente, por mais que tenhamos tanta coisa pra fazer, temos que ficar monitorando as atitudes dos senadores?, afirmou hoje a ex-senadora, que participou da reunião da Mesa Diretora do Senado para definir como será o prosseguimento da representação movida pelo PSOL contra o presidente da Casa, Renan Calheiros.

Apesar de o suposto crime ter sido praticado antes da posse, consultores do Senado avaliaram que os senadores podem investigar se a vida pregressa de Argello prejudica a imagem da Casa. O corregedor da Casa, senador Romeu Tuma (DEM-SP), também diz que pretende investigar Gim Argello.

continua após a publicidade

Caso adie mais uma vez a posse e decida assumir o posto durante o recesso parlamentar, que começa amanhã, Argello receberá o cargo na Presidência, e não no plenário do Senado. Gim Argelo responde a vários processos na Justiça. É suspeito de causar um prejuízo de R$ 1,7 milhão à Câmara Legislativa do Distrito Federal, com um contrato de informática, na época em que presidia a Casa.