A futura Linha 6-Laranja do metrô de São Paulo, que ligará a Vila Brasilândia, na zona norte, ao centro da capital paulista, poderá começar a funcionar, parcialmente, em 2018. A informação foi divulgada nesta quarta-feira, 18, pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que assinou o contrato para a construção do ramal de 15,9 quilômetros e 15 estações – a obra será tocada pela iniciativa privada. Alckmin também falou a respeito da demora para a entrega da Linha 4-Amarela, que completará uma década de construção em 2014.
“O prazo contratual dessa obra (Linha 6) é seis anos”, afirmou, após uma cerimônia para celebrar a contratação, no Palácio dos Bandeirantes, na zona sul. “O concessionário terá o maior interesse em terminar o mais rápido possível porque ele começa a operar a linha.”
O consórcio vencedor para tocar o empreendimento, que custará R$ 9,6 bilhões, é o Move São Paulo, formado por Odebrecht, Queiroz Galvão, UTC Participações e Fundo Eco Realty, que administrará a Linha 6 por 19 anos após a entrega total, até a Estação São Joaquim, prevista para 2020. As obras devem começar no primeiro semestre de 2014. As desapropriações serão pagas com recursos do governo de São Paulo, mas feitas pela iniciativa privada. Ao todo, a Linha 6 transportará 633 mil passageiros por dia útil, em média.
Dez anos
Alckmin também falou a respeito da Linha 4-Amarela do metrô, construída pelo governo do Estado, mas administrada pela iniciativa privada, a concessionária ViaQuatro. Esse ramal, de 12,8 km e 11 estações, atualmente liga a Estação da Luz, no centro, ao bairro do Butantã, na zona oeste.
As obras começaram em 2004. Perguntado sobre a demora para a entrega total da linha, ele disse que o ramal foi programado para ser feito em duas fases. “Não foi uma PPP (parceria público-privada) integral. Toda a obra física foi feita pelo governo. A PPP foi só material rodante, os trens, enfim. A Linha 4 foi programada em duas etapas porque o governo não tinha recurso para fazer toda a obra. Então, foi fazendo em etapas.” Alckmin declarou ainda que hoje o governo estadual vive outro momento financeiro, o que permite obras mais complexas num prazo menor. “O governo tem uma outra situação financeira hoje, graças a Deus.”
Paris e Londres
O secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, se irritou quando foi perguntado sobre os dez anos que as obras da Linha 4-Amarela completarão em 2014. “Eu acho engraçada essa afirmação sua de que a Linha 4 está há dez anos construindo. A Linha 4 é em duas etapas. A primeira etapa foi entregue há dois anos.”
Fernandes admitiu, no entanto, que houve atrasos, mas comparou as obras paulistanas com os metrôs de capitais da Europa. “Uma linha de Paris que tem 113 anos e tem um aumento você diz que ela está há 113 anos construindo? A Linha Jubilee, de Londres, que teve uma parte construída agora, mas tem uma parte de mais de 40 anos, levou 40 anos para ser construída? A Linha 2 da Paulista vocês estão dizendo que demorou 30 anos para ser construída?”
Em meados dos anos 2000, a promessa do governo paulista era entregar a linha completa em 2010. Contudo, um acidente nas obras da Estação Pinheiros, na zona oeste, com a morte de sete pessoas, levou o governo a rever o prazo. Depois, o prazo passou para 2012. Em 2012, a promessa chegou a ser que a entrega de todas as estações da linha ocorreria em 2014, mas, recentemente, a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) já admitiu que as Estações Vila Sônia e São Paulo-Morumbi só devem sair do papel em 2015.
“O meu papel é fazer com que a obra aconteça e seja entregue. Se eu for ficar olhando para o retrovisor todo dia e chorando, o que você quer? Que eu faça o quê? Pare as obras?”, perguntou. O secretário acrescentou que, em três anos, entregará os atuais 55 km de obras de metrô, nas Linhas 4-Amarela, 5-Lilás, 15-Prata e 17-Ouro, essas duas últimas, monotrilhos nas zonas leste e sul, respectivamente. As últimas estações de metrô entregues em São Paulo foram inauguradas em 15 de setembro de 2011. Foram as paradas Luz e República da Linha 4-Amarela.