O gerente de Padrões de Avaliação de Aeronaves da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), comandante Gilberto Schittini, disse que ficou surpreso, há duas semanas, com a informação da ex-diretora Denise Abreu de que a Instrução Suplementar RBHA 121-189 não estava em vigor. "A instrução foi para o site da Anac e eu achei que ela valia", revelou. A IS foi divulgada no site da agência no dia 31 de janeiro.

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Ata de uma reunião da Anac com a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) e as empresas aéreas, no dia 13 de dezembro, mostra que Schittini alertou para os riscos de "ocorrências mais graves" na pista principal do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, "com ultrapassagem do final da pista (varar a pista)". Na mesma reunião, o comandante comunicou às empresas que estava elaborando uma Instrução Suplementar "relativa às operações com pista molhada". Cópia da ata foi distribuída aos deputados da CPI do Apagão Aéreo da Câmara pela própria Denise Abreu na quinta-feira passada.

O comandante confirmou que a IS foi elaborada com sugestões de companhias aéreas, como revelam e-mails trocados entre ele e técnicos da Anac e das empresas, entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano. "As empresas são sempre consultadas, é natural. Esses documentos são feitos a quatro mãos", afirmou. O documento foi encaminhado à desembargadora Cecília Abreu, do Tribunal Regional Federa (TRF) de São Paulo, no dia 22 de fevereiro, quando a Agência tentava a liberação da pista principal de Congonhas para pouso de grandes aviões.

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